Da horda à presidência do Bahia

Mataram o chefe da tribo, comeram seu corpo, distribuíram o poder entre irmãos e ficaram saciados? Nada disso! “Da horda ao Estado” de Eugène Henriques nos dá a exata noção de que estamos condenados por uma neurose primordial. O método psicanalítico conclui sobre essa tensão entre os grupos que, mesmo depois do assassinato do chefe e a distribuição de seu poder entre irmãos, a tensão da busca pelo poder persegue o homem constantemente. 

O vínculo libidinal, o narcisismo e a onipotência do pensamento constituiriam as ameaças e as possibilidades do poder do chefe assassinado e distribuído entre irmãos ao transformar o poder num “pai”, não só mais um chefe a ser assassinado”, mas um pai com função amorosa na formação de estruturas comunitárias sólidas, embora a tensão seja uma marca de qualquer grupo e a sua desintegração a qualquer momento. 

Assim, amigos, está o Bahia ameaçado por narcisismos e busca pelo poder. Felizmente, não há mais um “chefe” ruim a ser assassinado, mas um “pai” amoroso na figura do nosso presidente Fenando Schmidt que merece o elogio dos tricolores. É legítimo entre irmãos, a ABL e a RT, um pouco de ciúmes, busca de espaço e mais poder, o que não pode é os grupos irmãos trasbordarem para a neurose da onipotência do pensamento que se basta. É preciso que retomem os vínculos inaugurais e os compromissos assumidos para a ressurreição de um gigante chamado Bahia. 

Quero acreditar que os vínculos libidinais não sejam substituídos por identificações e modelos não condizentes com o objeto de cobiça em comum. O controle do poder pelos seus governantes exige também renúncias em nome das leis impessoais. A ABL não é arquiteta sozinha desse estágio evolutivo que foi construído no nosso clube. Somos sócios, irmãos, conselheiros e estamos no mesmo barco.

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