Bahia da Conquista x Bahia sem conquistas…

O Dia do Bahia começou com muita expectativa. Era o dia de matar a saudade de jogadores que fazem parte da história mais feliz do clube. Sai de casa cedo, passei nos Barris pra ver minha mãe, deixei o carro lá e fui a pé. Da mesma forma como fazíamos naquela época. Subi a Lapa, passei por Nazaré e via nas calçadas as camisas do Bahia. Lembrei do jogo contra o Fluminense e de como estava a rua naquele dia. Entupida. Mas hoje…

Quando vi aquele time entrar em campo, os olhos encheram de água. A lembrança das alegrias daquela conquista, voltaram de uma vez na minha mente. O gol de Charles contra o Corinthians, a goleada no Santos de Sócrates, as viradas contra Fluminense e Internacional, os piques de Zé Carlos, a categoria do volante Paulo Rodrigues, o zagueiro Pereira que joga tanto que hoje seria meia no Bahia atual, a elegância sutil de Bobô, os porradeiros Claudir e João Marcelo, o Mestre Evaristo de Macedo e suas tiradas homéricas. Do outro lado o Inter de Taffarel (que não veio), do goleador Nilson (ainda em forma), de Edu Lima, bons tempos. O placar do jogo pouco importou. O gol de Zé só serviu pra ele agradecer a Torcida, mas, na verdade, nós é que temos muito a agradecer a eles.

Depois veio o time de 2014. Muita expectativa pela armação ofensiva de Marquinhos Santos com 2 volantes, 1 meia e 3 atacantes. Mas aí entrou Lomba e atrás dele Hélder. Aí as lágrimas voltaram aos olhos, mas de raiva. Como pode um time, vou nem falar de um treinador, cometer o mesmo erro tanta vezes? Estamos há 3 anos vivendo de times com 3, 4 ou 5 (até 6) volantes no meio de campo, e a desculpa é que não tínhamos um meia. O Marquinhos chegou dizendo que gosta do time pra cima e que a postura do Bahia precisava mudar. Aí o cara saca o melhor jogador do Bahia na última partida, o também volante Talisca, e todos os órgãos de imprensa davam como certa a entrada de Wangler em seu lugar. Mas quando chego em campo, 3 volantes e 3 atacantes. PQP! Não é possível que NINGUÉM da administração, diretoria, massagista, cozinheiro, amigo do porteiro, possa sobrar no ouvido do treinador Tricolor, que já tentaram isso 100 vezes e não dá certo! Pensei em ir embora, antes do jogo, mas precisava ver para escrever pro site.

O Bahia, arame-liso do primeiro tempo, cercava mas não furava. Mas uma coisa me chamou atenção. Na cobrança de escanteio, Hélder vinha pro meio de campo, ser o marcador do artilheiro Tativiski. Que velocidade esse cara tem pra fazer esse papel? O Bahia tentava, mas Maxi não acertava o último passe. Não foi falar que Rhayner foi o melhor em campo, porque daqui a pouco o treinador deixa ele no banco no próximo jogo e coloca alguém que não joga há 2 partidas como titular. Aí surgiu Madson. O camisa 2 demora pra cobrar um lateral, Titi dá um esporro nele e a Torcida perde a paciência de vez com a péssima partida que ele vinha fazendo. Na cobrança o cara joga a bola na cabeça do zagueiro. No contra-ataque, bola pra Tativiski que marcado por Hélder, não teve trabalho em passar e fazer o primeiro da partida. 

Só aí, Marquinhos descobriu que fez merda e tentou corrigir. Talisca entra no lugar de Zé Roberto que mesmo não jogando bem, foi aplaudido (o garoto não tá pronto ainda e a Torcida entendeu isso). Depois tira Hélder pra ser vaiado por TODA a Torcida e coloca Wangler. Em seguida, Rafinha entra no Bahia no lugar de Pittoni. O Bahia vai pro tudo ou nada, mas tudo dava como certo, que seria nada. Por que Rafinha e Talisca não são titulares? Não entendo. 

No apagar das luzes, quando tudo dava a entender que O Dia do Bahia terminaria com derrota, Wangler faz um golaço pra sacudir a Torcida. Empate feio, mas foi melhor que perder…

Bora Baêa Minha Porra! Os 25 anos do Bi Campeonato Brasileiro merecia um time atual melhor. Raul vai simbora (graças a Deus). Pará aguentou bem o peso da titularidade, Zé Roberto, não. A Torcida não aguenta mais Madson e Hélder. Rhayner ainda é o melhor jogador do time, Pittoni acerta muito e erra pouco, Maxi briga muito mas erra muito também. Marquinhos está com a corda no pescoço…

Mas sinceramente, depois de ver um meio de campo com Zé Carlos, Bobô, Gil e um volante como Paulo Rodrigues, assistir Hélder, Rafael Miranda e Pittoni, só com muita paciência…

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