MGF: faça-nos o favor, vá embora

Para nós que somos torcedores do
Esporte Clube Bahia sempre nos pareceu estranho o fato de um clube com tamanha
tradição e importância no cenário futebolístico brasileiro chegar a condições
tão embaraçosas. Temos história de um gigante do futebol e vivemos ameaçados
por tormentos de clube pequeno (rebaixamento, atraso de salários, dirigentes
despreparados, categoria de base precária, departamento jurídico inexistente). 

Refiro-me à presença do Bahia nas
séries B e C do Brasileirão, mas, acima de tudo, refiro-me às condições
precárias que o clube se encontra. O Bahia deixou de ser o que sempre foi, para
ser esse Clube atrasado, com dirigentes capazes de mostrar sua verdadeira cara
nas redes sociais (twitter, por exemplo, com suas grandes noitadas, bebedeiras e
manhãs de ressaca…) 

Para deixar ainda mais clara
minha posição, vou dizer que moro em São Paulo e que nos últimos 10 anos
assistimos de camarote a revolução em um clube de futebol. Refiro-me ao
Corinthians que nesse lapso de tempo conseguiu mudar sua história, talvez
inspirado num Plano 100 anos em 10 (inspirado em JK, talvez…). 

No Brasil também vimos o sobejo
crescimento de outros clubes como o Esporte Clube Internacional, que em pouco
mais de 10 anos de profissionalização do futebol alcançou resultados
expressivos (em campo, mas principalmente fora dele…). Quantos mil sócios
pagantes tem o Internacional hoje? Quantos títulos foram ganhos? Quanto cresceu
a infraestrutura do clube? 

Noutro giro, vimos a bancarrota
de outros clubes como o Palmeiras, o Vasco da Gama… o que há de comum entre
esses clubes? Diretoria e presidência despreparadas e, muitas vezes, corruptas. 

Nós, torcedores do Bahia em São
Paulo e em outras regiões do Brasil, nunca compreendemos o porquê de o clube
estar tão mal, jogado, corrompido pelas maiores das desgraças que assolam nosso
povo: a corrupção, a falta de transparência, o locupletamento indevido da
paixão alheia em proveito de poucos (não é só dinheiro… rouba-nos a fé e a
esperança de dias melhores). 

A atual direção – felizmente
afastada por um corajoso juiz de direito – transparece a impressão que é a
torcida – e não os despreparados dirigentes – a parte errada e despreparada;
que o torcedor do Bahia é míope porque não consegue ver e reconhecer os
investimentos feitos pela atual gestão. 

A bem da verdade,
“presidente”, você é apenas mais um capítulo triste da história do
Bahia, você (e nós esperamos que seja realmente assim) será a última página
dessa história cheia de omissões, de obscuridades e de contradições (pergunte
ao seu advogado Kakay, ele lhe explicará o conceito jurídico dessas três
palavras). 

Eu, porém, explico o conceito
puro e simples: contradições, omissões e obscuridades na gestão de seu grupo
não serão mais toleradas, pois “apesar de você, amanhã há de ser um novo
dia”. O Bahia merce muito mais do que você. 

A torcida do Bahia é das mais
apaixonadas. Eu diria que poucos torcedores são tão loucos por um time, são
capazes de fazer tanto por um time quanto a torcida do Bahia o é. Até campanha
de público zero (boicotada de forma pífia e mal intencionada por MGF) foi
feita. Protestos, manifestações apaixonadas e protestos, demonstram a atual
esquizofrenia de um povo cansado de sofrer e em crise com a própria fé. 

Presidente, faça-nos o grande
favor e vá embora. presidente, faça-nos o grande favor e nunca mais volte.
presidente, faça-nos o grande favor e devolva o Bahia a quem direito e evite
que nós façamos isso com as próprias mãos, esquecendo-nos por algumas horas que
o exercício arbitrário das próprias razões não é o melhor caminho. 

No final, somos nós – e não você,
MGF – a “voz do campeão”. E nossa atual batalha é a moralização desse
Clube.

Eduardo S. Rodrigues, é de São Paulo e torcedor do Bahia

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