Democracia em terras baianas

A blogueira cubana chegou ao Brasil e veio parar na Bahia com vontade de contar suas experiências de dissidente política em Cuba, mas infelizmente alguns sob o signo do ódio ideológico, tipicamente sectário, instaurou um clima de terrorismo, completamente diferente do protesto político. O que se viu então foi de uma tolice sem palavras para descrever tanto sectarismo e falta de vontade para o diálogo.

Aqui na nossa terra, no nosso futebol, não podemos mesmo divergir frontalmente, colocando o mesmo peso político na oposição e na situação quanto ao processo eleitoral e direitos políticos de sócios que se situam mais de forma crítica ao futebol baiano como um todo. Volto a afirmar aqui para os soberbos: não vejo como o futebol progredir na Bahia enquanto as oposições dos nossos clubes não conseguirem participar do processo eleitoral de escolha dos presidentes dos seus clubes!

Nesse aspecto o futebol pernambucano está na nossa frente, inclusive no Sport, Náutico e Santa com seus sócios poderem eleger seu presidente diretamente. Um fato curioso é que os resultados e as cobranças se dão de forma a enfrentar os dissensos com a politica democrática da alternância de poder: no Sport, com a eliminação precoce do rubro-negro, toda a diretoria de futebol do clube saiu. Um ato de desapego as cadeiras que ocupam. Isso seria possível no Bahia e Vitória?

No Bahia, o patrimônio político do Bahia se associa a uma só família e apadrinhados, assim como no Vitória a sua cúpula parece colada a determinados cidadãos que integram como um corpo único uma vontade sem oposição. O problema do Bahia é ainda mais grave quando pensamos que os negócios particulares misturam-se com os negócios do clube. Fazendo com que seu torcedor soberanamente em enquete recente no e.c.bahia.com projetasse em 95% a desconfiança do torcedor com o uso da marca Bahia com fins particulares.

Lamentável que isso ocorra ainda na Bahia, terra de ACM, de mandonismos, de confusões patrimoniais, como também um cinismo atroz a ponto de cegar qualquer tipo de bom senso quanto se tem o poder nas mãos. Torço para o exemplo da cubana dissidente acione aos donos do poder um medo de ter seus impérios questionados por uma pessoa que luta pelo direito de falar de democracia. 

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