Campeonato do Nordeste: A Esperança – Parte 2

A participação dos clubes nordestinos no Campeonato Brasileiro da primeira divisão começou a diminuir no final da década de 80, chegando ao pior nível nos anos de 2004 e 2005, quando apenas um clube da região disputou a competição principal do país. 

Pior do que a redução dos clubes da região na série A, é o nível de competitividade que nossos times vêm apresentando, principalmente nos últimos 10 anos, quando a competição passou a ser por pontos corridos. Se por um lado esse “novo” formato representou um grande avanço no futebol brasileiro, valorizando e multiplicando os valores de patrocínio e direitos televisivos, por outro fortaleceu de forma extremamente desproporcional as associações, quase que condenando os clubes fora do G12 a serem meros coadjuvantes. 

Ao longo desses 10 anos (1993 a 2012) tivemos 210 participações na série A, sendo apenas 23 de clubes nordestinos, representando 11% das vagas possíveis. O pior momento foi em 2004 quando apenas o Vitória representou a região perante os 24 clubes da competição (4% das vagas), e o máximo foram 3 clubes na série A (15% das vagas, em 2007, 2008 e 2012). Comparando com a década de 70 e início da 80, ainda que com torneios extremamente diferentes um dos outros, verificamos que a região costumava a ter próximo de 30% das vagas, chegando 34% em 81, quando 15 dos 44 clubes do torneio eram da região nordestina. 

E a baixíssima competitividade dos nordestinos que conseguiram a “glória” de disputar a Série A é facilmente percebida quando analisamos seus desempenhos na competição. Excluindo o ano de 2012 pois ainda estamos na 26ª rodada, na metade das participações nordestinas o destino foi a humilhação de um novo rebaixamento. (Clique na imagem para ampliar)

Pior ainda, em apenas uma única vez ao longo desses 10 últimos anos um time do nordeste conseguiu finalizar a competição na primeira página, com um “comemorável” décimo lugar. Muitos sequer conseguiram passear por essa primeira página ao longo de todo o torneio, ficando a maior parte das rodadas na zona de rebaixamento. 

E ainda os que conseguiram se manter honradamente fora da zona de risco em uma temporada, já na seguinte mostravam que a falta de competitividade, principalmente financeira, não permitiria uma melhora no desempenho. O contrário sim foi a constante, com a queda de rendimento a ponto de o clube retornar para as divisões de acesso do campeonato nacional. 

Victor Hugo 

** Considerando apenas a partir da 5ª rodada, excluindo as
particularidades do início dos campeonatos

Campeonato do Nordeste: A esperança – Parte 1 

Campeonato do Nordeste: A esperança – Parte 2 

Campeonato do Nordeste: A esperança – Parte 3 

Campeonato do Nordeste: A esperança – Parte 4( Final) 

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

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