BA x VI: O favorito mudou

Souza EC BahiaEm 1994, o gol de Raudinei marcou a última vez que o Vitória decidiu o Baiano em desvantagem. De 1995 para cá, quando oficializou o Barradão e o triunfo passou a valer três pontos no Brasil, o Vitória conviveu muito bem com a condição de jogar com a vantagem e de ser favorito: levou 13 de 18 estaduais. Naquele 1994, embora muita gente pense o contrário, não era uma final em mata-mata, mas triangular.

O Camaçari ganhou o primeiro turno, o Vitória levou o segundo e o Bahia ficou comos dois últimos, entrando com mais pontos extras. Na fase final, os rivais venceram o Camaçari duas vezes, o Vitória ganhou o primeiro clássico e empatou o último Ba-Vi por 1×1: gols de Dão e Raudinei.

A vantagem – e o favoritismo – agora são do Bahia. Com três títulos nas últimas 18 disputas locais (o interior soma dois títulos e lembro que 1999 é dividido entre tricolores e rubro-negros), é a chance de por fim ao jejum de 11 anos, o maior da história tricolor. O clássico de hoje é especial. Desde 1976, ano do tetra da inédita sequência do hepta, o Bahia não ia para uma final contra o Vitória em vantagem. Fique claro: aqui não se conta final de turno que terminou em taça, como 93.

Uso o ano de 76 como exemplo de final “de verdade”, de matar ou morrer, sem segunda chance, como hoje e dia 13. Também é importante dizer que a conta pode ser aliviada, afinal o Campeonato Baiano viveu carência de “finais de verdade”. O estadual teve muitas decisões de turno classificando os times para triangulares ou quadrangulares. De 1980 até 1999, por exemplo, “finais de verdade” só em: 1983, 87, 97 e 99.

Em 83 e 87, o Bahia bateu duas vezes a Catuense e, em 97, o Vitória conquistou o título sobre o rival. Já em 99… Bem… Aquele domingo, dia 13 de junho, assim como os dias que o antecederam, registram a maior vergonha da história do Ba-Vi, que faz 80 anos esta temporada.

Cada time em um estádio e o torcedor em casa… Foi a única vez que o clássico não foi decidido em campo. E este é o pior erro que o futebol pode ter. E boa sorte aos árbitros, funcionários de clubes e, especialmente, claro, aos jogadores: o torcedor vai ao estádio por vocês.

PALPITE
Meus palpites não tão seguros de como vão os rivais. Vitória: Douglas; Léo, Victor Ramos, Gabriel e Wellington Saci; Uelliton e Michel; Tartá, Geovanni e Pedro Ken; Neto Baiano. Bahia: Marcelo Lomba; Madson (Hélder), Rafael Donato, Titi e Gerley; Fahel e Fabinho; Gabriel, Morais e Zé Roberto (Júnior); Souza.


Marcelo Sant´Ana/Correio

Autor(a)

Deixe seu comentário