Eleições no Bahia, “palhaçadas” e direitos!

O Jornalista Eder Ferrari, do Site Bahia Noticias, em uma ótima matéria, esclarece alguns pontos importantes da paralisação das eleições do Bahia, a cassação da liminar e a suas consequências. Vale a pena ser conferida.

Liminar cassada e o bom andamento da vida tricolor volta ao normal. Será? Acredito que não apenas a imprensa – em alguns seguimentos mais partidária do que os torcedores -, mas também a torcida precisa aprender a questionar todos os lados. O primeiro ponto é parar com essa sandice de achar que não era a hora para protestar. Amigo, se uma coisa é irregular, ilegal, qualquer hora é hora para bater de frente! No caso do futebol, sempre vai ter um jogo amanhã para embasar quem não quer ser incomodado. Sem ser a favor de A ou B, é preciso abrir os olhos para todos os fatos e não simplesmente aceitar quem tiver maior intimidade com o “mimimi” ou, como queiram, com a oratória e a máquina. O clube não pararia e o interventor não seria presidente!

Por parte da situação, vejo pessoas dizendo que a oposição esperou conseguir vaga na Sul-Americana e os patrocínios para entrar na justiça. Tenho em mãos o requerimento de grupos oposicionistas datado de 24 de novembro, pedindo a lista de conselheiros e a situação de cada um dentro da agremiação. O pedido veio em seguida à exclusão de 58 membros do Conselho – todos realmente irregulares – que não faziam parte dos partidários de Marcelo Guimarães Filho. Por que, então, essa lista não foi passada? Comprovadamente, e matéria do jornal A Tarde desta quarta-feira (7) dá suporte a isso, a maioria dos que permaneceram não podem fazer parte do Conselho assim como os excluídos. A exigência básica é ser sócio e, muitos, não o são!

Ou seja, a “palhaçada” nada mais é que a busca por regularizar algo ilegal e que, de fato e direito, deveria ser um braço forte no Esporte Clube Bahia, porém serve apenas de mordomo da diretoria. O que esperar de uma entidade no qual o próprio mandatário está irregular no cargo? O presidente do Conselho não pode ser assalariado do clube e o senhor Ruy Accioly o é! Para completar, a liminar também foi cassada de modo para lá de questionável. Como sou leigo em Direito, – não entendo como não existem matérias sobre a legislação nas escolas, mas isso é outra história – conversei com um advogado e, para minha surpresa, uma informação preocupante. O plantão judiciário foi usado indevidamente!

De acordo com esse advogado, que preferiu o sigilo, “a questão é que tal serviço não pode se prestar a atender qualquer demanda judicial, mas sim para casos específicos listados pelas regras do TJ. Utilizar o plantão judicial para obter tutela jurisdicional, neste caso, aparenta ser uma tentativa de burlar o sistema de sorteio pelo qual os processos são submetidos quando da sua distribuição normal. Esse procedimento fere o princípio do Juiz Natural. É importante que o CNJ e o Ministério Público fiquem atentos para manobras como estas. A legalidade tem que imperar!”. Portanto, devagar com o andor que o santo é de barro!

Política e esporte não deveriam se misturar, mas é como imaginar que o homem não queira a mulher. Por tudo que foi dito, a atitude, nesse caso específico, da oposição foi correta. No entanto, a partir do momento que você tenta legalizar uma coisa, é preciso apresentar projeto e nomes para não soar apenas tumultuador. Assim, mais uma vez, articula errado algo que poderia render bons frutos democráticos para o clube. Muitos desses caras estão desgastados e com pouco ou nenhum prestígio. A situação precisa se renovar? Óbvio! Agora, a oposição também! Não existem anjos e demônios nessa história.

Para quem pensa apenas na bola ou acha que essas linhas se tratam de um ato oposicionista, espero que interpretem corretamente e vejam que são fatos comprovados e não achismo ou partidarismo. Quem me acompanha, sabe que tenho boa relação com Marcelo Guimarães Filho. Temos boas conversas e, até fugindo do que é minha função como jornalista, chego a aconselhar algumas coisas no futebol em bate papos informais por telefone, Twitter ou pessoalmente no Fazendão e Pituaçu.

Esse texto, não se trata de julgar o mandato de MGF ou a competência administrando o Bahia. Isso é outra história! Ele poderia ter ganhado tudo que, ainda assim, questionaria os erros. Deixo claro que teve um mandato bem interessante, com erros e acertos, mas com saldo positivo em termos de estrutura e amadurecimento dentro de campo. Quando entrou, o clube era apenas um restinho de sombra e muita coisa mudou para melhor!

Nossa sociedade precisa parar de achar que os fins sempre justificam os meios

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