Os Monarcas e os Traidores

ednaldo rodrigues fbfO futebol Brasileiro, ícone do esporte mundial, tem em seus representantes principais verdadeiros monarcas que alimentam um sistema de pirâmide particular apenas com o objetivo de se manter no poder, sem verdadeiramente se preocupar com o melhor para os clubes, e conseqüentemente, para a razão do esporte, os torcedores.

É assim com boa parte dos clubes, que sustentam um sistema de conselho viciado, mantendo o poder com um determinado grupo por anos, e até décadas. Como também é assim com as federações que alimentam ligas do interior com torneios mambembes, possibilitando, independente do futebol profissional, uma manutenção de seus cargos (e poderes) por tempo quase que indeterminado. E, talvez o maior exemplo dessas monarquias, temos o órgão máximo do futebol nacional, a CBF, onde o presidente faz o que quer, inclusive perseguição aberta a quem por ventura venha a criticá-lo.

O pior de tudo é que algumas decisões desses monarcas são frontalmente contrárias as demandas e necessidades de seus afiliados, muitas das vezes com receio de perder importância nos seus interesses pessoais, com um claro pensamento ganancioso e egoísta. Pior ainda é a forma que se dão essas decisões, contrárias a diversos entendimentos prévios, com características claras de traição.

Na semana passada podemos dizer que mais um capítulo dessa forma de gerir o futebol foi escrito. Assim como nos últimos anos, muitas conversas entre os clubes e as federações sobre o campeonato do nordeste foram realizadas, com um discurso de apoio e aprovação para a retomada do torneio em um formato que daria perspectivas muito boas para os times da região. No entanto, diante da imprensa e de forma sem comprometer a imagem, o presidente da Federação já começa a desenhar o formato do estadual de 2012 de maneira que fatalmente inviabilizará o torneio regional. E se for seguir o script dos últimos anos, a próxima etapa será criticar o regulamento do sonhado nordestão, focando em eventuais irregularidades como a divulgação do regulamento e tabela fora do prazo do estatuto do torcedor.

É a velha estratégia de apoiar o pleito nas reuniões, mas criar todas as dificuldades possíveis administrativamente, contando sempre com a divulgação e apoio da grande imprensa. As perguntas que ficam são: até quando esse nosso presidente vai ficar mandando no futebol local dessa forma? Até quando vamos ter frustrado o sonho de fortalecer o futebol da região? Até quando os poderes públicos vão permitir que tais administrações aconteçam livremente? Triste Brasil, triste futebol Baiano!

Victor Hugo

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