Desde a última segunda-feira, quando o Conselho Deliberativo do Bahia aprovou o novo Estatuto do clube, iniciou-se um confuso debate: seria o novo modelo de eleição realmente direta ou apenas uma manobra do grupo que está no poder? Depois de dezenas de explicações às rádios, jornais e ao torcedor, o presidente Marcelo Guimarães Filho garante que o tricolor terá mesmo eleição direta a partir de 2011.
Para Marcelo Guimarães Filho, o que diferencia a eleição do Bahia das demais equipes brasileiras é a possibilidade de qualquer sócio se candidatar ao Conselho. “Basta ter o mínimo de organização que se consegue uma vaga. Isso porque todas as chapas votadas na eleição terão direito a representantes do Conselho”, explica o dirigente.
A disputa será feita de modo proporcional. Uma chapa com 50% dos votos, terá 50% de representantes dos 300 conselheiros, ou seja, 150 pessoas. Com isso, Guimarães Filho acredita que todas as correntes de pensamento estarão representadas no Conselho, que ficará incumbido, entre outras coisas, de selecionar duas chapas para a disputa pelo cargo de presidente.
Após a votação dos conselheiros, os sócios irão às urnas. “É como se fosse o primeiro turno no Conselho e o segundo turno com todos os sócios do Bahia”, compara Marcelo Guimarães Filho. Para votar, o torcedor precisa estar associado há pelo menos 18 meses, enquanto que para se candidatar a presidente precisa, além de fazer parte do Conselho, ser associado há 36 meses. “Lembrando que os sócios votam para o Conselho e para presidente”, acrescenta Guimarães Filho.
O Bahia elaborou o novo Estatuto depois de alguns meses de estudos em outros clubes brasileiros. O que mais influenciou o estilo adotado pelo tricolor foi o Internacional. “Ele foi o time que teve mais sucesso com as eleições diretas e com a associação em massa”, argumenta Marcelo Guimarães Filho.
Esta semana os gaúchos comemoraram a marca de 94 mil associados e têm como planejamento atingir 100 mil sócios nas próximas duas semanas. Por estes números, o Inter é o espelho para o Bahia, que deve lançar em breve os planos e promoções para novos sócios.
O presidente tricolor se baseia na possibilidade de conquistar milhares de associados para justificar a impossibilidade de manipulação nas eleições. “Se o clube chegar a 30, 40 mil associados, como eu vou poder manipular essas pessoas? Não tem como não dizer que as eleições serão diretas”, garante. Com informações da Tribuna da Bahia