Sou torcedor do Esporte Clube Bahia, e desde que me entendo como ser humano, cidadão com direitos e deveres, que sou completamente “louco” pelo tricolor de aço da terrinha mas, hoje, depois de velho e com barba na cara, mulher e filho para sustentar, pergunto-me: por que sou tão apegado a este time que nos últimos anos me trouxe tantas decepções?
A resposta não é tão simples, e nos últimos dois anos eu sempre me perguntava como me tornei torcedor do Bahia e como nasce um torcedor?
Que trama de escolhas leva alguém, desde criança, mas não necessariamente desde criança, a identificar-se com um conjunto de cores, feitos, pessoas, atitudes que formam um time de futebol?
A história do clube terá influência? Na fase infantil, é certo que não. Criança não sabe nada das histórias do time, não acumulou títulos na memória, não sabe de jornadas históricas, de jogadas inesquecíveis, de heróis do passado. Não é isso que a fisga, é alguma coisa do presente. O que será?
As cores, talvez? Pode ser que uma criança tenha preferência por alguma cor, mas que ela vá ligar isso a um time de futebol… Sei não. Para complicar, a maioria dos clubes tem duas cores, alguns três. Tricolor, alviverde, rubro-negro, esses nomes e as cores que o nomeiam terão algum peso na escolha?
A influência dos pais é forte, com certeza, mas não definitiva, não vale para todos. No meu caso apesar dos meus pais terem alguma afeição para o time que detêm a cor do estado, não foi determinante para que eu me tornasse um torcedor apaixonado que vibra, pula, grita e luta com o time.
Então, qual influência é realmente relevante para o nascimento de um torcedor?
As vitórias, as glórias, os gritos dos locutores, o rumor da torcida, os títulos, será isso que faz nascer o torcedor de um clube?
O Vitória nos últimos anos vem sendo “avassalador” conquistando campeonatos baianos e se mostrando no cenário da elite do futebol. Mas o Bahia, muitos anos mais novo e que está há alguns anos sem vencer um campeonato, possui uma torcida muito mais apaixonada e vibrante, capaz de lotar um estádio de futebol para ver o seu time jogar, mesmo que ele esteja na série C, de certo que existem torcedores que não resistem a derrotas e mudam de lado; o normal, no entanto, é suportar as gozações e aguardar a vez.
Essa escolha é um dos mistérios da alma humana, que depois se mostra em impressionantes espetáculos coloridos de cantos, fantasias, pinturas corporais, danças, brados, urros. Ninguém ensaia, e tudo dá certo.
Um verdadeiro Mistério, mas, a minha resposta veio quando aos 6 anos, lá estava eu nos ombros do meu velho pai, andando pela avenida bonocô em direção ao grande e saudoso estádio Octávio Mangabeira para assistir o jogo entre Bahia x Fluminense-RJ no meio daquela multidão carnavalesca de mais de 110mil pessoas que estavam dentro do estádio, pois, os que não conseguiram entrar, fizeram um verdadeiro carnaval do lado de fora após aquela grande vitória.
Neste domingo teremos mais um Bahia x Vitória da Bahia, agora no reformado estádio de pituAÇO não importa como cada torcida nasceu, o importante que é a PAZ entre elas seja algo natural como respirar, mantendo a rivalidade somente dentro de campo.
Assim como deve ser.
Ingressos esgotados e a casa estará realmente cheia.
Viva a alegria de torcer!
Jeremias Augusto O. de Cerqueira, estudante de tecnologia , torcedor do glorioso Esporte Clube Bahia e estarei no Parque Sócio-Ecológico Metropolitano de Pituaçu, estádio Roberto Santos, carinhosamente também conhecido por pituAÇO para assistir e torcer pelo meu time do coração neste grande clássico.
Saudações Tricolores.
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