Salvador: Última Capital do Desporto

Nada pode prosperar na Bahia esportiva enquanto tivermos dirigentes despreparados cuja trajetória no futebol é a mesma que fazem os contendores de bares, ou seja, a sarjeta. É tanta abobrinha e espírito de revanchismo que ficamos todos pasmos com tanto mau gosto. Ficamos torcendo para que as coisas avancem, mas a única coisa que avança na Bahia esportiva é a especulação. Duvida?

Vejam que a única coisa boa que aconteceu para o E.C. Bahia foi a extraordinária valorização da sede da Boca do Rio, caso o plano diretor acabe com as limitações para grandes edificações na nossa orla marítima. Vejam que tudo até agora não passa de um lobbie das grandes empreiteiras ávidas para ganhar dinheiro. O Bahia bota a cabeça de gaiato acenando com a possibilidade de se desfazer de mais um patrimônio que deixará a Bahia esportiva mais pobre.

Quando vejo a estrutura de clube que Recife-PE conseguiu construir ao longo dos anos, ao contrário dos clubes de Salvador que vão derretendo como o sol da soterópolis, então fico ainda mais admirado. Falta de vocação para estrutura de clube na Bahia? Recife também possui uma orla e praias privilegiadas como Salvador, nem por isso abandonou seus clubes. Muitos me diriam que o negócio Carnaval de rua foi que acabou com os clubes. Mas, então, teríamos que começar a abortar tudo na Bahia que não rimasse como carnaval de rua.

Quando pego os últimos políticos de Salvador e os de Recife começo a entender um pouco de como chegamos a esta situação. Recife tem uma vantagem para Salvador, pois aqui ainda se fazem bons políticos: o metrô de Recife, a orla marítima impecável e os clubes de Recife são efeito desse gosto de administrar bem o patrimônio cultural do Estado. O PFL baiano governou nosso Estado e enquanto isso vimos sumindo tudo que é clube de Salvador somado a decadência do patrimônio público desportivo como a nossa Fonte Nova. Não sei como estar o ginásio Antônio Balbino.

Tenho certeza que quando você estiver em um comício político e alguns falarem em educação, mas não incluírem o esporte em suas prioridades, é por que você estará diante do que chamamos de político burro, como a figura caricara de “Odorico Paraguaçu”. Administrar bem significa cuidar do nosso patrimônio cultural, inclusive o nosso futebol. Alguém sabe do Samba da Bahia? Lembro-lhes que Riachão só voltou a ser lembrado por conta de uma magnífico documentário de Jorge Alfredo, intitulado “Samba Riachão”, mas e Batatinha? Nosso Bahia está a míngua por conta de um mau uso do clube por políticos espertalhões. O Bahia é cultura também.

O nosso Governador da Bahia com Pituaçu e o nosso Presidente da República foram os governantes mais simpáticos que já vi nas últimas décadas a darem importância devida aos nossos desportos. O Panamericano, a Copa que virá e quem sabe uma Olímpiada são frutos dessa nova mentalidade, que mais sensível as necessidades do ser-humano procura investir no que mais temos de nosso, que é nossa cultura popular e esportiva.Mauricio Guimarães

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