Nesta segunda-feira, os clubes das Séries A e B do Campeonato Brasileiro se reuniram em São Paulo e avançaram nas negociações para a criação de uma liga para organizar as competições nacionais. Segundo informação do “ge”, quatro empresas apresentaram propostas para negociações futuras de direitos de transmissão e patrocínios. A criação da liga é, na visão dos clubes, uma maneira de ter um campeonato mais atrativo e também proporcionar melhores condições para todos os participantes. Atualmente, o torneio é organizado pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
Tudo começou no último dia 15 de junho, quando 19 clubes da Série A assinaram, no Rio de Janeiro, um documento em que concordaram em fundar uma liga para organizar o Campeonato Brasileiro, que hoje é um produto da CBF. O único que não assinou foi o Sport-PE. As articulações entre os clubes ganharam força desde que Rogério Caboclo foi afastado da presidência da CBF. A ideia é ter maior participação em decisões tomadas pela confederação.
O estatuto da CBF prevê dois tipos de Assembleia Geral, a instância máxima da CBF: Administrativa e Eletiva. É a Assembleia Geral Administrativa que toma decisões como destituir o presidente e votar as prestações de contas da entidade. Dela só participam as 27 federações estaduais de futebol.
Os clubes só participam da Assembleia Geral Eleitoral, que só se reúne para escolher o presidente e os vices. E, mesmo assim, eles têm peso menor nas votações. Os votos das 27 federações têm peso 3 (portanto são 81), os votos dos 20 clubes da Série A têm peso 2 (40) e os votos dos clubes da Série B têm peso 1 (ou seja, 20). É essa concentração de poder nas mãos das federações estaduais que os clubes querem discutir nesta semana.
Para a criação de uma liga, segundo o artigo 24 do estatuto da CBF, é necessário ter a aprovação da Assembleia Geral Administrativa. Ou seja: para tirar o poder das federações estaduais, é preciso ter a aprovação dessas mesmas federações estaduais.