2013 chegou e, com ele, as esperanças foram renovadas no espírito do torcedor tricolor. Estou dizendo esperança e não confiança, esta se alimenta de fatos e decisões mais ou menos seguras, aquela se nutre, sobretudo, de incertezas. A incerteza sobre o Bahia que irá a campo neste ano, é a tônica do momento. Que contratações? Quais são os recursos reais do Clube? Como está agindo de fato a administração do Clube?
Evidente, sempre haverá alguma incerteza nas respostas às primeiras interrogações. A direção de um clube não pode publicar todas as suas negociações com os atletas, nem pode apresentar seus recursos efetivos, porque, como regra, a instituição privada não está autorizada pelos patrocinadores a divulgar o valor recebido. Logo, onde o dinheiro privado entra, a total transparência é ou ilusão ou bravata. Aliás, qual dos “sites” de torcidas que recebem algum dinheiro de patrocínio pode divulgar o valor? Se há algum, eu quero ver o recibo e a declaração da empresa patrocinadora à Receita Federal, depois de uma auditoria naquela feita por esta…
Embora seja verdade que nenhuma organização, inclusive as públicas, possa ser completamente transparente, o Esporte Clube Bahia tem se excedido na opacidade, o que deixa seu torcedor mais intranquilo do que seria o habitual. Além da escassez de informações confiáveis, o gerenciamento do Clube no ano passado não foi dos mais eficientes e eficazes e isso deixa o torcedor por demais ansioso e preocupado com a qualidade do time que entrará em campo em 2013. E minha preocupação são os resultados em campo, exclusivamente.
Há a história do aproveitamento da base com toda a “lenga-lenga” de torcedor sobre a identificação dos garotos com o Clube. Eu convivi com eles nos anos de 1990 e só não dou risada desta crença do torcedor, porque o problema é sério. De qualquer modo, o importante não é a identificação, mas a qualidade do atleta, e, neste caso, há alguns indícios de que se pode ter alguma confiança em alguns dos jogadores da base.
Entre os clubes nordestinos, depois de alguns dias, o Esporte Clube Bahia voltou a ter primazia de fato no ranking da CBF, ou seja, apenas depende dele se manter em 2013 como o que sempre ele foi desde seu nascimento: de direito, o mais qualificado clube entre os times do Nordeste. Com a palavra os tomadores de decisão no Clube e que suas decisões não deixem ao torcedor apenas a esperança, pois quando a esperança é tudo o que resta, está na hora de desesperar.
Dinensen
P.S. Em minha opinião, a prioridade do Clube deveria ser a Copa do Brasil. Antes que alguém venha me apedrejar: não acho que a manutenção na elite deva ser A prioridade do Bahia. Se, de saída, o Esporte Clube Bahia elege como sua principal meta manter-se na série A, se for esta a sua principal ambição, suas portas estão abertas ainda por quê? É enganoso o argumento de que priorizar a Copa do Brasil pode prejudicar o Clube no Brasileirão. Alguns tomam como exemplo o Sport e o Vitória, mas é necessário distorcer a realidade para apontar o sucesso de ambos na CB como o responsável pelas suas derrocadas na série A. Os tropeços de ambos estão vinculados às decisões desastradas de suas administrações depois da Copa do Brasil e não ao bom desempenho dos times nesta competição.