A pandemia do coronavírus vem destruindo ou implodindo toda economia mundial, independentemente, que os países atingidos sejam pobres, emergentes ou ricos de primeiro mundo, fato ou fator que os estragos causados já são enormes, com as pessoas orientadas à não sair de casa, confinadas nessa “prisão domiciliar” denominada de isolamento social, principalmente, os idosos que são considerados os mais vulneráveis à contaminação, além do fechamento do comércio, da indústria que tem tido queda de produção, enfim, com todas atividades laborais afetadas. E quanto ao desporto, principalmente, o futebol que para muitos, é o “esporte das multidões”, “paixão nacional”. Para mim, que sou apaixonado por esse esporte e, creio que para toda mídia esportiva, significa um ótimo vício, uma “cachaça” diária, porque, por mais que esteja ou não esteja rolando basquete, vôlei, tênis, automobilismo ou qualquer outra modalidade esportiva, o carro-chefe é o futebol.
Em plena normalidade do nosso cotidiano, naquele costumeiro período compreendido entre o início de dezembro e meados de janeiro, lacuna que marca o encerramento e o início de temporadas do futebol brasileiro, os clubes dão as merecidas férias aos seus jogadores e o futebol profissional entra na “entressafra” parando por mais de um mês, até o início das competições. Sempre é um período que me deixa um vazio, em função da bola parar, com a ausência periódica da prática do futebol profissional.
E o que dizer agora, com essa brusca paralisação motivada por essa avassaladora pandemia que vem atormentando toda humanidade? Até o futebol que sempre sobreviveu às grandes intempérie foi, literalmente, driblado, levando um gol contra dessa infecciosa doença e, por recomendações ou determinações das autoridades sanitárias, foi paralisado por tempo indeterminado estando no momento, “fechado para balanço”, com os clubes de pequeno porte que já se encontravam com dificuldades de caixa, temendo entrar em colapso ou insolvência financeira total, já começaram a promover desmanches em seus quadros funcionais com muitas demissões de atletas, comissões técnicas e em outros setores, enquanto os clubes de grande e médio portes, diante da “seca” de receitas, estão procurando alternativas de sobrevivência, organizando comissões para negociar, em bloco, antecipação de férias, redução de salários e outros itens pertinentes à esfera trabalhista.
A situação só piora com a perda de cotas de TV (por parte da TV Globo que suspendeu o pagamento dos estaduais) e patrocinadores que começam a romper parcerias com alguns clubes, inclusive, da Série A. Por outro lado, a CBF destinou R$ 19 milhões para ajudar os clubes das Séries C e D, além das competições do futebol feminino e Federações. Os clubes da Série B receberam R$ 600 mil cada, como antecipação das cotas pagas pela CBF. Além disso, a CONMEBOL anunciou a criação de um fundo de reserva no valor de US$ 27 milhões (aproximadamente R$ 142 milhões), que servirá para situações emergenciais ou demandas apresentadas pelo conselho da entidade, visando preservar a saúde do futebol sul-americano. Além disso, garantiu que irá adiantar até 60% dos pagamentos relativos a direitos de participação para os clubes que disputam a fase de grupos da Copa Libertadores e a Copa Sul-Americana.
Isso tudo, se Deus permitir e creio que, permitirá porque, não vejo a hora de voltarmos a preencher de paixão e alegria nosso ego esportivo, voltando à entoar aquele velho e bom samba que embalou, por muitos anos, os “melhores momentos do futebol brasileiro” que eram exibidos à cores ou em preto e branco pelo CANAL 100, sucesso absoluto nas telas dos cinemas, antes da exibição dos filmes:, cujo samba, é mais ou menos assim: “Que bonito é, as bandeiras tremulando, a torcida delirando vendo a rede balançar. Que bonito é a mulada requebrando, os tambores repicando, uma escola desfilar…”
Como se observa, ainda teremos quase uma temporada inteira pela frente. Entretanto, pelo andar da carruagem ou, para ser atual e pontual, pelo andar do “coronagem”, à única certeza que tenho é que até às autoridades sanitárias estão cercadas de dúvidas a respeito de quanto tempo vai durar essa pandemia, para que tudo possa voltar à normalidade, porque a situação já está se tornando ou, já se tornou calamitosa.
Para finalizar, só nos resta confiar em Deus, nos profissionais da ciência e da Saúde e no bom senso do povo brasileiro em seguir às recomendações preventivas das autoridades sanitárias para superarmos todas essas dificuldades, tentando evitar que à Nação entre num processo de anomia social, o que seria um coice por cima da queda.
José Antônio Reis, amigo e colaborador do Futebol Bahiano.