Presidente do CRB explica o motivo da demissão de Daniel Paulista

"Tínhamos um alinhamento de testar jogadores que não tiveram oportunidade", disse.

Foto: Denison Roma/GE

Diante das insinuações de interferência externa, feitas por um radialista de Alagoas e também pelo presidente do Sport, Yuri Romão, o presidente do CRB, Mário Marroquim explicou em entrevista ao “GE” os motivos para a saída repentina do técnico Daniel Paulista, que vinha fazendo um bom trabalho no clube, tirando da lanterna e colocando na 10ª colocação. Após anunciar o treinador Umberto Louzer, o mandatário do Galo disse que a saída de Daniel se deu pelo pouco espaço dado aos jovens valores do clube. Marroquim revelou ainda que havia uma estratégia definida dentro do CRB para que alguns jogadores da casa ganhassem oportunidade nas últimas três rodadas da Série B, mas que ele não cumpriu com o planejamento.

 

“Tínhamos um alinhamento de testar jogadores que não tiveram oportunidade a partir do momento que atingíssemos os 45 pontos e não era o que estava ocorrendo. Essa foi uma decisão da diretoria, com solicitação de fazer um rodízio nos jogos contra Operário-PR, Brusque e Bahia, e ele não aceitou o nosso pedido. Fez ainda contra o Brusque, mas de forma tímida, e contra o Bahia disse que não iria fazer. Talvez tenha sido a gota d’água… Nós temos montagem de elenco, montagem de manutenção de grupo, contratação de novos atletas, então foi melhor começar a temporada e o planejamento com um novo técnico. Tomamos uma atitude de forma rápida”, explicou o dirigente.

“E não estou falando de meninos do sub-20, não. Estou falando do David Brall, do (Matheus) Mega, do Riquelme, que são jogadores que treinam com o profissional. Eles são profissionais e fazem parte do elenco. No máximo reversando: coloca dois; no meio do jogo, tira os dois e coloca outros dois. Isso pra testar. Quando é que eu teria oportunidade de dar uma minutagem para um atleta prata da casa? A oportunidade é essa. Se eu quero vender um David Brall, por exemplo, que é um camisa 10 e é uma grande promessa, ele tem que jogar numa Série B. Na hora que eu entendo que o treinador não compreende essa necessidade da diretoria, ele tem que sair e temos que trazer um treinador novo.”

“Às vezes, o copo esborra depois da última gota. De fato, havia algum tipo de desgaste anterior com algumas cobranças da diretoria sobre a forma de jogar, de se impor contra alguns adversários, principalmente nos jogos em casa e principalmente naqueles jogos que não tivemos êxito. Sempre sentamos no pós-jogo para discutir e avaliar a forma que jogou e não havia espaço algum pra que ele ouvisse nossas posições e ponderações. Além disso, alguns desgastes com renovações de alguns jogadores que entendemos que deveriam ficar, outros que não deveriam. E, em conjunto, como temos de fato uma equipe que faz contratação, composto por Gabriel, Felipe e Victor, são os analistas de mercado, temos que contratar pelo clube. Entendemos que o profissional tem o poder de veto, mas não pode ter o poder somente de escolha porque às vezes o treinador sai e o elenco fica pra o clube. Então começamos a ter algum tipo de divergência neste sentido.”

 

Autor(a)

Fellipe Amaral

Administrador e colunista do site Futebol Bahiano. Contato: futebolbahiano2007@gmail.com

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