Sei que ainda é muito cedo e prematuro para se fazer análises, tecer comentários, avaliar jogos, enfim, mas, é inegável que o Bahia teve uma boa largada nessa Série B, conquistando bons resultados e, consequentemente, sendo pragmático e cirúrgico nesse recorte de 6 jogos que, ao final de contas, vencer é o principal e mais importante lema do futebol, porque é esse o êxito que conduz o clube às grandes conquistas de títulos ou importantes classificações.
Quando citei no título do presente texto que o Bahia surpreendeu nessa largada da Série B e, surpreendeu positivamente, é porque o time vem de um rebaixamento que, na minha opinião, foi a queda mais dramática e dolorosa da história do clube, aliado a um desmanche que foi promovido no final da temporada passada, quando foi registrada a saída dos seus principais jogadores, obrigando uma profunda reformulação no elenco para tentar alcançar o principal objetivo da temporada que é o retorno à Série A.
E quando o torcedor do Bahia imaginava que após o desmanche o presidente Guilherme Bellintani contratasse jogadores de qualidade para formar um time ou um elenco competitivo para a mais difícil Série B da era dos pontos corridos, o gestor preferiu contratar jogadores poucos conhecidos ou totalmente desconhecidos que estavam sem espaço nos seus respectivos ex-clubes, mas, que encontraram no Bahia a grande oportunidade de mostrar seus potenciais, o que vem acontecendo com alguns deles que já são titulares do time.
E o Bahia fez a estreia diante do Cruzeiro que, mesmo não sendo aquele time que nos seus bons tempos, já humilhou o tricolor com goleada na Fonte Nova, queira ou não, é o Cruzeiro e após um jogo bem disputado, o Esquadrão venceu pelo placar de 2×0, um resultado que, apesar das visíveis carências do time, trouxe confiança a equipe que após a brilhante estreia, fez dois jogos seguidos fora de casa contra o Náutico e o CSA, conquistando quatro pontos dos seis disputados.
Já pela 4ª rodada, venceu o Sampaio Correia por 1×0 na Arena Fonte Nova e na sequência, perdeu a invencibilidade ao ser derrotado fora de casa por 1×0 pelo Ituano, um tropeço que muitos torcedores entenderam como uma recaída do time decorrente dos fracassos verificados, tanto no Campeonato Baiano como na Copa do Nordeste quando o time decepcionou em ambas as competições, mas, veio a abertura da 6ª rodada e o time massacrou o Londrina aplicando uma sonora goleada de 4×0 na Arena Fonte Nova, um resultado que, além de calar os corneteiros de plantão, serviu para retomar, momentaneamente, a liderança do campeonato e, dependendo do placar do jogo Cruzeiro x Grêmio, poderá fechar à rodada na liderança da competição.
Quero reiterar os termos empregados no início desse texto a respeito da prematuridade de fazer avaliações sobre um recorte de 6 jogos dentro de 38 rodadas que tem a competição, até porque, percebo as carências em alguns setores do time, principalmente, na lateral direita e no comando do ataque que vem sentindo muito à ausência do Rodallega, além da pobreza do banco de reservas, mas, não posso negar que se nesses 6 primeiros jogos que já representa a realização de mais de 15% dos jogos da competição o time não tivesse obtido êxito, teria a hombridade de criticar com a mesma veemência que estou elogiando, até porque, sou torcedor do Bahia e não de cartola.
Embora seja um dos torcedores que não levou fé e pouco ou nenhuma confiança nessas contratações feitas pelo clube para jogar essa concorrida Série B, até que os recém-contratados que já integram o time titular provem ao contrário, não tenho o mínimo receio em afirmar que já comecei à queimar a língua por admitir e entender que o clube foi buscar atletas com perfil de Série B e até de Série C, com uns dois oriundos de clubes da Série A, mas, sem espaço nos times que estavam, atletas que são denominados de “barriga vazia” e que aproveitam essa preciosa oportunidade para, além de mostrar seu potencial, ocupar espaço e aparecer no cenário nacional jogando, mesmo na Série B, mas, vestindo uma das mais tradicionais camisas do futebol brasileiro.
Não sei até aonde vai a vontade, a garra, o empenho e desempenho desses atletas do Bahia porque, o futuro além de pertencer a Deus, o futebol é muito dinâmico e oscilante e, ao mesmo tempo que um time vem bem numa competição, de uma rodada para outra pode “entrar água” e tudo começar a dar errado, mas, espero que o time mantenha essa pegada de competitividade, com seus jogadores calçando chuteiras exóticas, caras e coloridas, mas, sem abandonar no dia-a-dia, as “sandálias da humildade” para que no dia 05/11/2022, estejamos celebrando o retorno à Série A, mesmo chegando em 4º lugar já está bom e se chegar em 1º lugar, ótimo, embora seja um título de campeão que se vier acontecer, gostaria de comemorar pela primeira e última vez, mas, o mais importante de tudo é que na referida data a grande Nação Tricolor esteja entoando aquele lindo e emocionante refrão:
“ÊÊÊ, O TRICOLOR VOLTOU, O TRICOLOR VOLTOU, O TRICOLOR VOLTOU, ÊÊÊ!”.
Para finalizar, migrando da pobre Série B e partindo para milionária Copa do Brasil, uma pergunta que não quer calar: Por que, mesmo com a promessa da Juazeirense que propôs a CBF a instalação de arquibancadas móveis para que a capacidade de público do estádio Adauto Moraes atendesse as exigências da entidade para o jogo contra o Palmeiras, não liberou para realização da partida em Juazeiro e atendeu a solicitação do Azuriz para liberar a miniatura de estádio do pequeno município de Pato Branco onde instalaram o mesmo modelo de arquibancadas proposto pela Juazeirense, e o jogo Azuriz x Bahia já está confirmado para ser realizado na próxima semana no campo do time paranaense.
Cadê o tratamento equânime que o presidente da CBF deveria dispensar aos clubes do futebol brasileiro? Na minha opinião, nessa decisão o mandatário da entidade máxima do futebol brasileiro, se valeu do velho e degradado critério dos “Dois pesos e duas medidas”!
José Antônio Reis, torcedor do Bahia e colaborador do Futebol Bahiano.