Após terminar a temporada 2020 com muito sofrimento, escapando do rebaixamento na penúltima rodada, o presidente do Esporte Clube Bahia, Guilherme Bellintani prometeu “a maior reformulação do futebol em sua gestão”. Em um dos setores, demitiu Diego Cerri e trouxe Lucas Drubscky (executivo de futebol) e do gerente Júnior Chávare (gerente de futebol). No primeiro semestre de 2021, conquistou a Copa do Nordeste, mas já vinha sofrendo críticas pela política de futebol que não agradava ao torcedor. No Campeonato Brasileiro, novamente sofreu lutando contra o Z4, mas desta vez, não escapou e amargou o rebaixamento para Série B.
Bellintani novamente promete uma mudança radical no clube. Ele avaliou os equívocos cometidos e apontou o grande erro de política de futebol na sua gestão, além disso, afirmou que mudará o perfil do time para 2022. Nesta temporada, além da Série B, o Bahia tem pela frente a Copa do Nordeste, Campeonato Baiano e a Copa do Brasil.
– Tem um grande erro, o macro erro, o grande erro de política de futebol da nossa gestão é tentar montar um time no perfil do qual não somos. Nós não somos um time técnico. Nós não somos um time leve, nós não somos um clube que se acostumou a vencer com craques de bola o tempo todo. Nossa história de futebol é muito mais forjada, muito mais construída em time de fibra do que em time de talento. Nossos times nunca levaram aos troféus de grandes craques do Brasil. Nós nunca tivemos jogadores na seleção brasileira com algum nível de frequência. A nossa história sempre foi construída com jogadores que vinham da luta, que venciam as partidas muito mais no empenho, na fibra, do que propriamente na qualidade técnica acima do adversário. Estou dizendo que a gente nunca teve craque? Não estou dizendo isso. Tivemos vários craques, mas a essência da história do Bahia sempre foi muito mais um time de fibra do que um time com qualidade técnica muito acima da média do Brasil. Nós, na minha gestão, fugimos bastante dessa história. Talvez a principal coisa que devamos fazer daqui para frente é entender que se a gente não tem um elenco capaz de dar fibra, intensidade, força e luta dentro de campo, não são os craques que vão nos salvar. Até porque os craques de verdade não estão dispostos a vir para o Bahia nesse momento.
-O que eu acredito que deve ser mudado para as coisas começarem a dar mais certo dentro de campo, no sentido geral, é isso. Se a gente entender que o que fez até agora não está alinhado com uma história de um Bahia vencedor, nós vamos conseguir superar essa dificuldade e entregar ao torcedor algo melhor do que entregamos até agora.
O presidente ainda contou que na montagem do elenco de 2021 faltou buscar atletas com capacidade de liderança.
– Muito sensível e muito tênue. Isso é muito importante. E acho, também nesse aspecto, a gente falhou. A gente olhava às vezes e falava assim: “a faixa de capitão vai para quem? ” Não tínhamos resposta imediata. Não tínhamos três ou duas opções. Isso é muito simbólico. Lógico que são duas coisas diferentes. A gente tem um perfil do time, do tipo competitividade em campo. Você está trazendo uma outra coisa, que é a indignação com a derrota, a vontade de ganhar. Tem muito jogador que é muito competitivo em campo, mas ele não tem liderança, não tem capacidade de mudança, não puxa os outros para cima, é muito calado, uma série de outras coisas. Essa combinação que é importante, muito com o próprio Guto agora. Nós agora desistimos de uma contratação porque é um jogador que não abre a boca. Ninguém ouve a voz dele. Já temos alguns com esse perfil. Não vamos trazer mais. Nós desistimos dessa contratação por causa disso.
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