A questão envolvendo o presidente da CBF, Rogério Caboclo afastado pelo Conselho de Ética da CBF sob alegação de assédio segue escandalosa. O Conselho já definiu através de relatório o afastamento do cartola por um período de 15 meses, aliás, punição que acaba sendo um prêmio para o dirigente já que poderá reassumir o mandado e concluir sua gestão, porém, não terá prazo para tentar a reeleição. No entanto, o sugerido pelo conselho ainda precisará da anuência de 21 dos 27 presidentes das Federações estaduais. A decisão seria definida nesta quarta-feira, porém, através os advogados do cartola através da justiça suspenderam a apresentação do relatório final para uma data ainda não prevista.
No entanto, nesta terça-feira, o jornalista Diego Garcia no seu BLOG do UOL, reporta que CBF recebeu na última quinta-feira um relato de assédio de mais uma ex-funcionária contra o presidente afastado Rogério Caboclo. É a terceira acusação revelada contra o dirigente, a segunda protocolada na entidade.
Segundo o jornalista que teve acesso acusação na íntegra, a mulher — que terá seu nome preservado — aponta várias situações constrangedoras com Caboclo dentro da CBF, mesmo antes de ele ser presidente. Alguns trechos da acusação foram divulgados também pelo Site Globo Esporte
Em um dos momentos relatados pela ex-funcionária, ela diz que Caboclo estava bêbado e forçou sua mão entre as pernas da mulher, “tentando enfiar por dentro da calcinha”. Isso aconteceu na casa do dirigente, em uma reunião para discutir termos de um contrato com a China.
Mesmo em horário comercial (eram 15h15, segundo a acusação), Caboclo abriu uma garrafa de vinho para beber com a mulher, que não bebeu. O dirigente teria ingerido a bebida mesmo assim e, em seguida, após colocar trajes inadequados para uma reunião de trabalho, teria cometido o ato de assédio sexual.
A mulher ainda relata ligações e mensagens inadequadas do cartola durante a madrugada em algumas oportunidades. Inclusive, citou mensagens de Caboclo em junho deste ano querendo falar de sexo pelo telefone.
Ela também afirmou que Caboclo fez um advogado ir de São Paulo ao Rio de Janeiro de helicóptero por causa de um motivo urgente. Quando o profissional chegou, o assunto seria perguntar se ela tinha uma relação romântica com um conhecido.
“Só porque saímos para jantar e em nosso retorno ao hotel os diretores (da CBF) nos viram chegar do restaurante. Colocou o trabalho do colega em risco, além de envolver pessoas que não tem nada a ver com a situação de assédio que eu passava”, disse a ex-funcionária.
A denunciante ainda descreve abordagens e comentários inapropriados de Caboclo em reuniões. A ex-funcionária afirma que Caboclo a chamava para sua sala alegando reuniões importantes, aí então a arrastava pelo braço para o quartinho com banheiro à direita nos fundos da sala da presidência, ou para a sala do vice Fernando Sarney.
A denunciante relata que os assédios eram conhecidos dentro da confederação, mas que quem sabia se omitia.
“Pessoas importantes sabem dessa história, pessoas importantes presenciaram o assédio, e nunca fizeram nada para me ajudar. Pelo contrário, o comentário nos corredores da CBF era que eu ‘era do chefe'”.