A história de Vampeta começa no Esporte Clube Vitória, ao lado de outros grandes nomes como Dida, Paulo Isidoro e Alex Alves. Depois, o volante teve a oportunidade de encantar o mundo com a sua qualidade e irreverência, tendo passado por mais de 10 clubes diferentes ao longo de sua carreira.
Marcos André Santos nasceu na cidade da Nazaré, estado da Bahia, e ficou conhecido no mundo do futebol como Vampeta. O apelido surgiu muito cedo e teve origem em uma brincadeira com os seus amigos do Vitória que tiravam uma onda por ele não ter os dois dentes da frente: Vampeta surge então da junção de “vampiro” com “capeta”. E o que era pra ser apenas um gracejo acabou virando na realidade um mito.
Foi precisamente no Vitória que Vampeta fez parte da sua formação e o seu primeiro ano de futebol profissional, abandonando o clube logo em 1994 para se juntar aos holandeses do PSV Eindhoven. Depois de uma época pouco convincente, ele acabou emprestado ao VVV-Venlo. Essa fase inicial de sua história nos gramados não foi particularmente feliz, tendo feito poucos jogos na Holanda e não conseguindo encantar os torcedores. Por causa disso, o PSV decidiu mandar o volante de volta para o Brasil, cedendo o jogador ao Flamengo, em um empréstimo de dois anos. De volta a sua terra natal, Vampeta finalmente conseguiu mostrar todas as suas qualidades e se afirmou como um jogador de grande nível de tal forma que, quando regressou ao PSV com 23 anos de idade, acabou fazendo muito sucesso.
O sucesso
Nessa temporada Vampeta teve uma enorme influência no PSV e ajudo o clube a conquistar o título da Eredivise, sendo considerado o melhor volante da temporada. No entanto, apesar de toda essa fama, ele decidiu abandonar a Europa e regressar ao Corinthians. E como ele jogou bola naquele Corinthians. Na altura comandado por Vanderlei Luxemburgo (e depois pelo seu adjunto), o clube paulista foi vice-campeão estadual e campeão brasileiro em 1998. No ano seguinte, repetiu o título nacional e dessa vez levou para casa também o paulistão. E em 2000, veio nada mais nada menos do que o troféu do primeiro Mundial organizado pela Fifa. Vampeta, Rincón e Marcelinho Carioca formavam um meio campo dos sonhos que ainda hoje é lembrado com saudosismo pelos amantes do esporte.
A consistência e o estilo de jogo apresentado durante esse período deram a Vampeta uma vaga na seleção brasileira para participar na Copa América de 1999, competição que a canarinha venceu depois de derrotar a Uruguai na final por 3 a 0. Essa boa fase do volante o levou de volta à Europa, em uma breve passagem pelo Inter de Milão e PSG, antes de regressar novamente ao Flamengo.
A verdade é que Vampeta nunca se deu especialmente bem no futebol europeu, ficando sempre abaixo daquilo que mostrava no Brasil – à exceção talvez daquela grande temporada no PSV. A sua carreira também foi muito instável, saltando rapidamente de clube para clube. No entanto, ele conseguiu deixar a sua marca em cada um deles e também no futebol mundial. E é sempre bom lembrar que Vampeta também foi campeão do mundo em 2002, apesar de ter jogado apenas alguns minutos na estreia contra a Turquia.
Depois de abandonar os gramados
Mesmo depois de ter se aposentado, Vampeta continuou ligado ao futebol. Ele teve uma curta carreira como treinador do Nacional-SP e do Grêmio Osasco, tendo passado para diretor esportivo deste último em 2011 – e aí continua até os dias atuais. O ex-jogador também trabalha como comentarista na Rádio Jovem Pan e é frequentemente convidado para participar de quadros, programas e entrevistas em diversos outros meios de comunicação.
Além do futebol, outra das suas paixões é o poker, e nesse esporte da mente, Vampeta é muito mais do que um simples amador que só conhece as regras e os conceitos estratégicos básicos. Dotado de uma boa habilidade e estratégia de jogo, ele tem realmente o talento para a modalidade e chegou até a vencer o programa “Poker das Estrelas”, produzido e emitido pela Rede Bandeirantes.
Com toda a sua irreverência, Vampeta deixou uma saudade imensa dentro das quatro linhas, mas felizmente continua a entreter os brasileiros mesmo depois de ter pendurado as chuteiras.