A campanha de Altos e Baixos do Bahia neste início de temporada

Está faltando regularidade no Bahia de Dado Cavalcanti

Foto – Felipe Oliveira/EC Bahia

Após a pífia atuação na atípica temporada 2020, que se arrastou até o 1º trimestre do presente ano, o Bahia iniciou a temporada 2021 cheio de altos e baixos, ou seja, num verdadeiro perde e ganha, quando vem dando uma no cravo e outra na ferradura, principalmente nos jogos da Copa do Nordeste, onde o time principal tem oscilado bastante, tanto nos resultados como na forma de jogar. Nem estou abrangendo o Campeonato Baiano, competição que há muito tempo, vem passando por desgastes, devido sua saturação técnica, fator que tem me obrigado a desprestigiá-lo a cada ano que passa, por entender que a referida competição se tornou muito pequena para a grandeza do Bahia.

 

O Bahia estreou na temporada, propriamente dita, no dia 28/02/2021 enfrentando o Salgueiro, em jogo válido pela 1ª rodada da Copa do Nordeste, ou seja, três dias após o encerramento do Brasileirão, conseguindo sua vaga na Copa Sul-Americana, após ter brigado até as últimas rodadas pela fuga do rebaixamento, goleando o Fortaleza e vencendo o Santos, proezas que garantiram a permanência de Dado Cavalcanti no comando da equipe. Como o time vinha de uma forte maratona dos últimos quatro jogos do Brasileirão, resolveram colocar o time sub-23 que é comandado por Cláudio Prates, para enfrentar o Salgueiro que chegou a estar perdendo por  3x 0, por pouco não chegou ao empate, mas, o que valeu foi resultado de 3 x 2, garantindo logo três pontos na estreia da competição.

Quando o torcedor imaginava que o time tido como principal do Bahia, ou seja, praticamente, o time que atropelou o Fortaleza na Arena Castelão, goleando por 4×0 na penúltima rodada do Brasileirão e venceu o Santos por 2 a 0, poderia ou deveria massacrar o modesto time do Botafogo da Paraíba no Estádio de Pituaçu, válido pela 2ª rodada da Copa do Nordeste, mas aí veio a primeira decepção ou frustração da temporada quando, por pouco, não levamos um gude preso do time paraibano que vencia o jogo por 1×0 até aos 45 minutos do segundo tempo, quando o Bahia conseguiu empatar com um lindo gol de cabeça do garoto Patrick de Lucca, resultado que nos deixou com uma “pulga atrás da orelha” para sequência da competição, além da preocupação para estreia na Copa do Brasil diante do modesto Campinense da Paraíba, haja vista que, o torcedor já vinha ressabiado com a caruara que o time deu no ano passado, quando foi eliminado na estreia, pelo horrível River do Piauí.

Felizmente, a estreia da Copa do Brasil 2021 foi muito diferente da tragédia grega que acontecera no ano passado, o time sobrou em campo atropelou o modesto Campinense goleando por 7 x 1, placar que se constituiu na maior goleada da competição nessa 1ª fase, um placar que proporcionou ao torcedor boas perspectivas para o primeiro Bavi do ano, jogo válido pela Copa do Nordeste, entretanto, assim como já tinha acontecido no ano passado, o Bahia voltou a perder para o rival, atuando no Barradão, praticando um péssimo futebol com um time sem garra e sem vontade de vencer o modesto time rubro-negro que vem, há dois anos integrando à Série B, sempre lutando para não cair para Série C.

E com essa saga do perde e ganha que tem norteado o Esquadrão de Aço na atual temporada, veio mais um jogo pela Copa do Nordeste, que foi contra o Sport, adversário que estava atravessado na garganta de cada torcedor, em função do time pernambucano ter vencido as duas partidas do Brasileirão do ano passado, seis preciosos pontos que, por pouco, não comprometeram a permanência do Bahia na Série A, sendo que esse pela Copa do Nordeste, acabou se tornando numa revanche e o Bahia não deixou por menos, haja vista que, além de faturar os três pontos, goleou, impiedosamente, o Leão da Ilha por 4×0, sem permitir nenhuma reação do time pernambucano, deixando o torcedor tricolor confiante para enfrentar o CSA de Alagoas no jogo subsequente no estádio Rei Pelé, quando foi derrotado por 2×0 com o time fazendo uma das piores partidas na competição deixando, mais uma vez, o torcedor com uma pulga atrás da orelha.

Após acertar mais uma na ferradura, ao ser derrotado pelo CSA, o time retornou a Salvador e conseguiu acertar mais uma no cravo, após mais uma goleada de 5 x 0 no Altos – já é a terceira vez consecutiva que o Bahia aplica cinco no time do piauiense – e, independentemente, da fragilidade da equipe visitante que é problema deles, o Bahia impôs seu favoritismo e sua absoluta superioridade técnica dentro de campo e, além de somar mais três pontos para o encaminhamento da classificação, conseguiu estabelecer o ataque mais positivo da competição e, consequentemente, gerar o melhor saldo de gols.

E diante de tantas oscilações, de tantos altos e baixos nesse início de temporada, espero e torço que no jogo deste sábado contra o Fortaleza na Arena Castelão, o Bahia esteja em alta e engate a segunda vitória seguida na competição e mantenha o tabu de nunca ter perdido para o Leão do Pici no Nordestão. Não é necessário golear o Leão do Pici, como ocorreu naquele jogo crucial válido pela penúltima rodada do Brasileirão 2020, se golear, ótimo, mas, vencer por 1×0 já é suficiente, resultado que reforçará a confiança do time que após o jogo, já está mudando o chip para a Copa do Brasil, quando enfrentará o Manaus no estádio de Pituaçu, um adversário, teoricamente, fraco, mas, o time tem que tomar suas precauções para vencer o jogo, não só para passar de fase na competição como, também, abocanhar mais uma polpu da cota da competição mais rentável do futebol brasileiro.

Para finalizar, entendo até que, em função de não ter havido pré-temporada, o Bahia vem passando por uma remontagem em plena temporada. Mesmo assim, imagino que o técnico Dado Cavalcanti poderia já ter dado uma melhor performance ao time, no decorrer de pouco mais de três meses que assumiu o comando. Em contrapartida, o Dado vem se notabilizando no Bahia como o “técnico das goleadas”, haja vista que, independentemente, da fraqueza ou fortaleza dos adversários que foram massacrados, há alguns anos, não eram registrados em jogos do Esquadrão goleadas com essa frequência.

José Antônio Reis, torcedor do Bahia e colaborador do Futebol Bahiano.

 

Autor(a)

José Antônio Reis

Torcedor Raiz do Bahêa, aposentado, que sempre procura deixar de lado o clubismo e o coração, para analisar os fatos de acordo com a razão. BBMP!

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