Bem diferente da edição de 2019, quando chegou à brigar por vaga no G-6 e mesmo com a queda vertiginosa de rendimento no segundo turno, tinha acumulado uma boa ‘gordura’ para terminar na 11ª colocação com 49 pontos, o Esporte Clube Bahia faz uma campanha pífia no Campeonato Brasileiro de 2020, algo que não pode jamais ser creditado na conta da pandemia, afinal, todos os clubes sofreram. A derrocada do Tricolor começou no ano passado, quando chegou a ficar nove jogos seguidos sem vencer a ainda assim, a diretoria insistiu na manutenção do técnico Roger Machado. Eliminação precoce na Copa do Brasil, perda do título da Copa do Nordeste, nem o tricampeonato baiano foi algo para se comemorar pela forma como conquistou.
Mesmo com os fracassos citados, o Bahia iniciou o Campeonato Brasileiro com Roger Machado, mas a demissão já era uma pedra cantada, e aconteceu na 7ª rodada após derrota para o Flamengo por 5 a 3 em Pituaçu. Cláudio Prates assumiu dois jogos interinamente, até a chegada de Mano Menezes, que veio como um treinador com capacidade para resolver o principal problema do time: a defesa. Porém, o técnico acostumado a montar defesas sólidas, não conseguiu resolver o problema com as peças que tinha nas mãos. Um grande erro da diretoria, a demora para contratar, e quando o fez, contratou errado. Dispensou ou emprestou jogadores superiores aos que chegaram ou que já estavam no elenco.
Mano Menezes durou 24 jogos, foi eliminado da Sul-Americana e deixou o time na boca do Z-4. Foi demitido após derrota por 4 a 3 para o Flamengo no Maracanã. A bola da vez é Dado Cavalcanti, que não tem a experiência dos antecessores, e assumiu a equipe em uma situação delicada e tendo pela frente uma missão complicadíssima. Sem vencer há oito jogos na temporada, e amargando uma sequência de seis derrotas seguidas na Série A, o Esquadrão tem 28 pontos, mesma pontuação do Vasco, que é o primeiro dentro da zona de rebaixamento. Daqui até fevereiro, serão 11 decisões, seis em casa e cinco fora. Grêmio (F), Atlético-GO (F), Athletico-PR (C), Sport-PE (F), Corinthians (C), Vasco (F), Fluminense (C), Goiás (C), Atlético-MG (F), Fortaleza (C) e Santos (C).
Os matemáticos apontam o número mágico de 45 pontos para escapar do rebaixamento. É claro que isso pode mudar dependendo do campeonato. Nos anos anteriores, teve time que se salvou com 39 pontos (exemplo do Ceará no ano passado), e outros que caíram com pontuação perto dos 45. Para chegar na pontuação ideal, segundo os especialistas no assunto, o Bahia precisaria vencer seis jogos (alcançaria 46 pontos), ou vencer cinco e empatar um para chegar nos 45, algo bem difícil de imaginar diante do futebol que vem apresentando. Precisaria de um aproveitamento de 51%, ou seja, a metade dos pontos ainda a disputar. O aproveitamento atual é de 34.6%.
Apesar de figurar fora do Z4, o Bahia está entre os quatro times com pior aproveitamento do Brasileirão, ao lado de Coritiba, Botafogo e Goiás. Segundo o site “Infobola”, o Esquadrão tem 42% de chances de rebaixamento, seguido de Goiás (85%), Botafogo (89%) e Coritiba (93%), esses três praticamente com um pé na segundona. O Vasco da Gama, que tem um jogo a menos, aparece com 29%. Sport-PE e Fortaleza, que também estão na briga contra o Z-4, aparecem com 26% e 16%, respectivamente. A partida que o time carioca ainda falta fazer é contra o Palmeiras, pela primeira rodada do campeonato, marcado para o dia 27 de janeiro, no Alliaz Parque.