O suposto caso de racismo ocorrido no jogo do último domingo, entre Flamengo e Bahia, envolvendo os jogadores Ramírez e Gerson, segue ganhando novos capítulos, e agora também ganha uma nova acusação. De acordo com o vice-presidente geral e jurídico do Flamengo, Rodrigo Dunshee, especialistas do Ines (Instituto de Educação de Surdos) fizeram leitura labial das imagens da partida e emitiram um laudo que comprova ofensa racista de Ramírez, do Bahia, ao atacante Bruno Henrique. Na análise, os especialistas contratados pelo clube carioca afirmam que o colombiano após ser chamado de “gringo de merda”, dirigiu a seguinte frase: “fala muito, seu negro”. O dirigente afirmou que a análise será encaminhada para o Superior Tribunal de Justiça Desportiva e para a polícia. Em contato a reportagem do GE, Bruno Henrique através de sua assessoria afirmou que não ouviu Ramírez chamá-lo de negro.
“O Flamengo encomendou a especialistas do INES – INSTITUTO DE EDUCACAO DE SURDOS, uma leitura labial da situação do Ramirez com o Bruno Henrique momentos antes do que se passou com o Gerson. A prova revelou que teria havido a ofensa, vamos apresentar ao STJD e entregar à polícia”, escreveu Rodrigo Dunshee de Abranches, em seu Twitter.
O meia Juan Ramírez negou veementemente a acusação de racismo, mas segue afastado pelo Bahia. Em vídeo publicado na segunda-feira, o jogador disse que pode ter sido mal interpretado por Gerson. Ele garante que falou apenas: “habla mucho, sigue jugando” – “fala muito, segue jogando”. “Não sei o que ele entendeu, o que ele ouviu. Ele jogou a bola e passou a me perseguir sem eu entender o que estava acontecendo. Dei a volta por trás porque não queria entrar em briga com ninguém e depois ele sai falando que eu falei ‘cale a boca, negro’, falando português quando realmente não falo português.”
Gerson acusa o jogador de ter dito: “cala a boca, seu negro”. O volante prestou depoimento no caso de injúria racial nesta terça-feira na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), do Rio de Janeiro. O inquérito sobre o caso foi aberto na segunda-feira. Os dois atletas, além do técnico Mano Menezes e o árbitro da partida, Flávio Rodrigues de Souza, foram intimados a dar depoimento presencial sobre o episódio.
Veja o vídeo onde os especialistas afirmam ter havido ofensa: