O velho Bragantino, tratado por seus torcedores como MASSA BRUTA, hoje completamente repaginado e plenamente profissionalizado, atende também quando chamado de RED BULL após ser adquirido pelo energético austríaco que faz sucesso no mundo inteiro e investe pesado no futebol e no automobilismo, entre outros esportes. No domingo passado, por exemplo, o holandês Max Verstappen quebrou a hegemonia das Mercedes vencendo segundo GP de Sivestone vestindo as cores e pilotando um carro RED BULL. No futebol, o energético ainda comanda RB Leipzig, equipe de futebol que joga atualmente no Campeonato Alemão, e New York Red Bulls (oficialmente Red Bull New York), uma franquia de futebol competindo na Major League Soccer dos Estados Unidos.
A propósito, ontem à tarde, o RB Leipzig se classificou para as semifinais da Liga dos Campeões pela primeira vez em sua curta história com vitória por 2 x 1 sobre o experiente Atlético de Madrid, em Lisboa, e agora enfrentará o PSG comandado pelo atacante Neymar. Portanto, não se trata de gente amadora, e sim que entrou no futebol com o firme propósito de ser vencedor.
A parceria foi fechada ainda no ano passado com os austríacos desembolsando a bagatela de R$ 45 milhões visando uma via rápida para atingir a primeira divisão do futebol Brasileiro da Série A, sem precisar começar do ZERO (que existia e foi desfeito). No entanto, o projeto original era assumir o Oeste, hoje na Série B, que por sua vez recusou a proposta que era inferior, cerca de R$ 30 milhões.
A primeira tentativa da Red Bull de conseguir sucesso esportivo no Brasil foi a criação do Red Bull Brasil, em 2007, com sede em Campinas. A iniciativa teve seus lampejos dentro de campo, mas falhou em conseguir apoio da cidade, já dividida entre os tradicionais Guarani e Ponte Preta.
No primeiro momento, toda a parte administrativa e de futebol do clube está à cargo do Red Bull Brasil, que aos poucos vai assumir o comando geral do Bragantino. O presidente ainda é Marco Chedid. Existirá um prazo de “ajustamento e transição”, pelo qual o controle geral será todo do Red Bull. No primeiro ano, o clube de ponta a cabeça conquistou uma vaga para Série A.
O técnico é Felipe Conceição, que no ano passado pegou o América-MG, na lanterna e levou para o G4 numa sequência incrível de triunfos, porém, por mero capricho do futebol perdeu a vaga para o Atlético-GO, na última rodada, quando foi derrotado pelo já eliminado São Bento dentro de casa quando necessitava apenas de um empate. O time americano foi superado pelo Atlético-GO, que empatou em casa diante do Sport e passou o América por na classificação, ficando com a quarta vaga para a primeira divisão.
No início do ano, o Bragantino contratou o goleiro Cleiton, do Atlético-MG, o zagueiro Léo Realpe, do Independiente del Valle, os laterais Weverton, do Cruzeiro, e Luan Cândido, do RB Leipzig, o volante Matheus Jesus, do Corinthians, o meia Thonny Anderson, do Athletico-PR, e os atacantes Artur, do Palmeiras com passagem pelo Bahia, e Pablo Thomaz, do Coritiba, e Alerrandro, do Atlético-MG. Para o Brasileiro, chegaram o zagueiro Haydar, do Júnior Barranquila, o volante Raul, do Vasco, o meia Lucas Evangelista, do Nantes, e o atacante Jan Hurtado, do Boca Juniors.
No Campeonato Paulista, o Red Bull Bragantino fez a melhor campanha do Grupo D, terminando com 23 pontos, seis a frente do Corinthians. Porém, nas quartas de final, o time de Bragança acabou sendo eliminado para o Timão, perdendo por 2 a 0. Com isso, se classificou para o Troféu do Interior, que reúne os mais bem colocados do Campeonato Paulista que não estejam nas semifinais, com exceção dos clubes da capital e do Santos, dando ao vencedor o título de “Campeão do Interior”. O Bragantino eliminou o Botafogo-SP na semifinal, vencendo nos pênaltis por 4 a 3, após empate no tempo normal em 1 a 1. Na final, venceu o Guarani por 1 a 0 e sagrou-se campeão do interior.
Felipe Conceição estreou como técnico do Red Bull Bragantino em fevereiro e, nestes dois meses, já conseguiu deixar uma marca: antes da parada do Campeonato Paulista, já havia garantido a equipe nas quartas de final. Um início promissor de alguém que tinha tudo para seguir outro caminho, e não o de treinador.
“Quando me aposentei [da carreira de jogador], em 2011, minha ideia era atuar em gestão do futebol. Estava cursando administração para ganhar mais vivência na área. Não passava pela minha cabeça ser técnico porque é uma profissão muito parecida com a de jogador, e eu buscava outra coisa pra minha vida”, contou Felipe ao RedBull.com. Mas nada como as voltas que o mundo dá, né?”, disse o treinador.
Após uma breve experiência como diretor executivo do São Gonçalo, do Rio, Felipe, que tem apenas 40 anos, ficou diante da possibilidade de assumir a equipe em 2013. Aceitou o cargo e foi campeão da terceira divisão estadual. “Ali surgiu a luz. Vi que tinha capacidade para ser treinador”. Valorizado pelo título, Felipe foi convidado para dirigir o sub-15 do Botafogo. Foi no clube que iniciou a carreira de atleta, em 1998, e, por isso, tem uma grande identificação. Trabalhou por quatro anos na base até ser efetivado no profissional, em 2017. De lá, pulou para o Macaé até chegar ao América-MG, em 2018, como coordenador técnico, posto que ocuparia por pouco tempo.
Felipe fechou como treinador do Coelho em julho de 2019, com o time agonizando na lanterna da Série B. Em poucas rodadas, a equipe deu sinais de recuperação e foi subindo na classificação. Ao fim do campeonato, um surpreendente quinto lugar, a uma vitória do acesso. “Não imaginava que ficaríamos entre os cinco. A situação era crítica quando cheguei. Foi preciso um trabalho de formiguinha. No final das contas deu resultado, apesar do desgaste.”
Campeão da Série B pelo Braga, Antônio Carlos Zago deixou a equipe nos primeiros dias de 2020. A pré-temporada na Argentina e os dois primeiros jogos do estadual foram com o interino Vinícius Munhoz. Enquanto isso, a diretoria se mexia nos bastidores para contratar Felipe Conceição. “Foram várias entrevistas até eu assinar. O processo por parte do Red Bull Bragantino foi muito bem conduzido, profissional. As ideias de jogo e a maneira de ver futebol bateram. Foi como achar o par perfeito e se casar”, finalizou Felipe.