Nem todos os clubes foram a favor da retomada do Campeonato Baiano. A Juazeirense, por exemplo, se posicionou diversas vezes contra o reinício do Estadual, porém, acatou a decisão da Federação Bahiana de Futebol e já está remontando o elenco para a reta final. O Jacobina, por sua vez, apesar de ser o lanterna com 1 ponto e com um pé na Série B do Baiano, não aceita de jeito nenhum o retorno do Baianão e, além de afirmar que não entrará em campo no dia 23, contra o Doce Mel, na Arena Cajueiro, ingressou com uma ação no Tribunal de Justiça Desportiva do Futebol da Bahia (TJDF-BA) pedindo a suspensão do reinício do Campeonato Baiano. O Jegue da Chapada tem três pontos abaixo do time de Ipiaú e o confronto é direto na briga contra o rebaixamento.
Em entrevista ao Bahia Notícias, o vice-presidente Rafael Damasceno afirmou que o time não tem condições de entrar em campo. “Entramos com a ação. Não temos condições nenhuma de entrar em campo, não temos nem como formar time”.
Em contato ao portal Bahia Notícias, o advogado do clube do interior, Raphael Matos Sobrinho, falou sobre a ação. “A razão pela qual solicitamos a suspensão do retorno do campeonato é a condição de completa impossibilidade do Jacobina em montar um elenco profissional em 15 dias. Hoje, o Jacobina não tem nenhum atleta profissional, atualmente temos apenas um jogador inscrito que é amador. Outros clubes baianos têm outras competições para jogar como a Série A, B, C e D do Brasileiro, além de estrutura. O Jacobina não tem outras competições para fazer frente às despesas. Além disso, o clube assinou contrato com a FBF para jogar um campeonato que terminaria em abril. Ele monta o time, faz seu planejamento até abril, os contratos com os jogadores terminaram em abril. A FBF também disse que o retorno foi feito através do diálogo, mas nós do Jacobina entendemos que não foi. Nós avaliamos que a decisão da FBF em retomar o campeonato é precipitada. Ela não analisa o cenário local. Hoje temos um recorte de redução de casos [da Covid-19] na capital, mas não no interior, que está no seu pico. Tanto é que Feira de Santana realizou o lockdown, o próprio município de Jacobina também está em lockdown. O esporte é mais importante do que o comércio? O comércio continua fechado, mas o futebol voltar”, continuou.