Após uma longa e tenebrosa paralisação do futebol, principalmente no brasileiro onde a bola não rolava havia mais de três meses, começando a rolar pelo Campeonato Carioca, ainda no mês passado, que acabou se transformando numa competição sem atrativos, com pouco interesse do torcedor, muito longe daquele saudoso, gostoso e charmoso Campeonato Carioca, onde já aconteceu os maiores e melhores clássicos do futebol brasileiro, quando o Rio de Janeiro foi, por muito tempo, a “Capital Mundial do Futebol” como relatava o grande locutor esportivo Waldir Amaral, em suas belas jornadas esportivas.
O fato foi que, após muitas discussões, protocolos preventivos e corretivos e muita polêmica, enfim, ainda antes do São João, sem obter o consenso de todos os seus afiliados, a Federação de Futebol do Rio de Janeiro resolveu reiniciar a temporada, “em cima da perna”, mesmo que obedecendo e/ou cumprindo os critérios e protocolos pré-estabelecidos, a bola acabou rolando num momento errado ou, no mínimo, inadequado, causando mais desgastes já no desgastado futebol carioca que atualmente, ainda sobrevive graças à atual força e pujança do Flamengo que por se julgar o “rei da cocada preta” acabou se desentendendo ou, no popular, brigando com a emissora de televisão que detinha os direitos de exclusividade para transmissão dos seus jogos, enfim, os dirigentes rubro-negros na hora da discussão com a TV, se esqueceram daquela velha máxima de que “Quem quer muito, traz de casa”.
Acharam que num curtíssimo espaço de tempo, as novas plataformas digitais para transmissão de jogos, se transformariam da noite para o dia, em “ilhas” milionárias para em pouco mais de noventa minutos de transmissão abarrotassem os cofres do clube com milhões de reais e não foi bem assim. E o Flamengo que era e ainda é, o grande favorito para conquista do título carioca, foi surpreendido na última quarta-feira pelo Fluminense que, após empatar em 1 x 1 no tempo regulamentar, venceu nos pênaltis, impedindo que o todo-poderoso clube do Ninho do Urubu conquistasse, de cabo a rabo, o título de campeão carioca, logo naquele jogo, mas, na minha opinião e respeitando às peças que o futebol costuma pregar, apenas foi adiado o título do Flamengo, porque forçou a realização de mais dois jogos.
Mas, como a nossa “praia” mais abrangente, é a respeito do futebol da Bahia, durante a semana que passou tivemos boas notícias concernentes à retomada do nosso futebol e, consequentemente, à continuidade ou início das competições em que nossos clubes estão inseridos, quando já foram definidos os calendários das Séries A, B, C e D com datas variáveis que se estendem até fevereiro/2021 para o término dessas competições. Também, já definidas as datas tanto para sequência do Campeonato Baiano tanto para Copa do Nordeste, sem esquecer da Copa do Brasil que, também, já tem data confirmada para o seu reinício, enquanto que na sexta-feira passada, a Commebol anunciou, também, a sequência das Copas Sul-Americana e Libertadores da América que serão reiniciadas em setembro. Portanto, uma semana muito produtiva e decisiva para retomada da presente temporada que só será finalizada em 2021, em função da pandemia.
O que todos esperam nesse momento, é que todos os protocolos de segurança e prevenção que foram estabelecidos para essa retomada sejam, rigorosamente, cumpridos, com os estádios desertos, e que torcedores e vendedores ambulantes evitem fazer aglomeração no entorno ou periferia dos estádios, para que sejam evitadas contaminações através do Coronavírus. Como a partir de agora, até segunda ordem, os jogos serão realizados com portões fechados ou com público “zero”, se existe algum favorito com esse fator “ausência de torcedor” é o Vitória que, há alguns anos, seu torcedor tem pouco comparecido aos seus jogos que vinham sendo realizados com o estádio, praticamente vazio, com seus jogadores já acostumados com o silêncio no estádio do Barradão, o que pode proporcionar ao time uma ligeira vantagem em relação aos demais concorrentes.
Para finalizar, concordo com a decisão das autoridades de que a Arena Fonte Nova, enquanto estiver servindo de Hospital de Campanha para algumas vítimas do Covid-19, por razões óbvias, fosse excluída da relação das praças esportivas que estarão ou estariam à disposição da Liga do Nordeste, podendo ser substituída por Pituaçu, para que não ocorra aqui na Bahia o que ocorreu no Rio de Janeiro em 18/06 quando, durante o jogo Bangu x Flamengo que estava sendo realizado na Arena Maracanã, mesmo com portões fechados, ocorreu dois óbitos nas dependências do estádio, com pacientes que estavam internados em estado grave no hospital de Campanha que funciona nas dependências daquela praça esportiva, fato que foi amplamente divulgado, explorado e criticado pela mídia e que deve ter causado muita indignação às famílias enlutadas e muito desgaste aos administradores ou responsáveis pelo funcionamento do Maracanã e tenho certeza que os baianos não admitirão uma insensibilidade desse calibre promovida pelo governo do editado ou pelo consórcio que administra à Arena.
Assim sendo, já com um semestre perdido para vários setores e atividades econômicas, a exemplo do comércio, indústria, serviços, educação, o próprio futebol, dentre outras atividades e já em pleno segundo semestre com perspectivas sombrias, vamos tentar salvar à temporada do futebol/2020 para que após tantos reveses que temos vividos em função dessa pandemia, tenhamos ter um pouco de alegria proporcionada pelo esporte das multidões.
José Antônio Reis, torcedor do Bahia e colaborador do Futebol Bahiano.