O presidente Guilherme Bellintani chegou no Esporte Clube Bahia para, digamos, sacramentar o processo de redemocratização do clube, iniciada pela torcida, abraçada na gestão Fernando Roth Schmidt, infelizmente já falecido, e impulsionada pelo sucessor Marcelo Sant’Ana. O Bahia neste curto período, contou com três nomes respeitadíssimos e todos com um projeto único e o firme propósito de sepultar além de 200 metros do solo o passado de atraso vivenciado pelo tricolor de anos por gestações passadas. Este esforço, altamente concentrado, elevou o Bahia para outro patamar, agora de prestígio, e, sobretudo respeito, ainda que dentro do campo os resultados ainda são incipientes, afinal, assim, como Roma, o Esporte Clube Bahia não pode chegar ao topo neste aspecto em apenas sete dias.
Curiosamente, exceto Fernando Roth Schmidt, que já havia presidido o Bahia no passado, os demais eram ilustres desconhecidos da maioria da torcida do Bahia. Marcelo Sant’Ana assinava um coluna na área esportiva no Jornal Correio da Bahia sem grande destaque, enquanto, Guilherme Bellintani era destacado não no ambiente esportivo e sim, na área política comandando secretarias no governo ACM Neto todas com sucesso, e o melhor, com a simpatia de segmentos antagônicos da política baiana pelo seu tráfego livre com o atual Governar do Estado, inclusive, foi cobiçado como candidato ao cargo de prefeito de Salvador, convite que foi declinado, porém sem perder o prestígio com os partidos.
O atual presidente tricolor tornou-se figura carimbada em qualquer roda de debate esportivo, sempre levando posições positivas e nem sempre alinhado, mostrando um papel independente pró reais interesses do tricolor de aço. Além disso, ampliou a imagem do Bahia para um clube plural, emprestando o nome do clube para campanhas institucionais para oferecer ênfase as minorias, além de abordar temas sempre vistos como TABU’s ou apenas inseridos na hipocrisia de parte da sociedade brasileira, o combate ao racismo e a homofobia, apoiando a criação de uma torcida organizada LGBT, além da luta contra a violência contra as mulheres, demarcação de terras indígenas, fora outras campanhas, exemplo das manchas de óleo nas praias do Nordeste e recentemente vendendo camisa com a marca do SUS com lucro das vendas revertido para unidade de saúde no combate ao Coronavírus.
Guilherme Bellintani tem sido idolatrado e elogiado por torcedores, inclusive de times rivais, que participam de debates com o presidente nas redes sociais. Porém, em recente entrevista ao portal UOL, o mandatário descartou o status de ídolo e frisou que vê as pessoas interessadas em acompanhar o trabalho que vem sendo desenvolvido pelo Esporte Clube Bahia. Sobre receber elogios até de torcedores do Vitória, Bellintani acredita que pela forma como se refere ao clube rival, acaba sendo respeitado pela torcida. Ele também destacou que nunca se apresenta como dono da verdade e procura também aprender com outros clubes. Veja tudo abaixo.
“Acho que essa conjunção de um clube que tem falado e buscado ser um clube com um propósito social, tratando o futebol além das quatro linhas, que tem governança, que é democrático, aberto, transparente, inovador e que traz elementos importantes de conceito de mudança no futebol… A combinação disso tudo com o exercício prático dessas coisas, e não só de falar, promove nas pessoas um desejo de acompanhar o trabalho”, disse ao portal UOL.
“Não é uma coisa de me verem como ídolo, mas as pessoas estão bem interessadas em acompanhar o trabalho. E também tem outra coisa importante: a gente nunca se apresenta como dono da verdade ou como única referência em nenhum tema. Muito pelo contrário. Eu sei que a gente ainda tem muito a aprender com vários outros clubes, cada um no seu projeto. Então, acho que o torcedor também vê que o Bahia valoriza o clube dele, que o Bahia vê que cada clube tem um pouco a contribuir e que a gente tem buscado pegar um pouco de cada um desses clubes e formar um projeto mais amplo com o valor que cada um tem; beber nessas fontes tradicionais do futebol brasileiro é muito importante”, acrescenta.
“Talvez pela minha forma como me refiro ao Vitória, com respeito. Claro que tem uma brincadeirinha aqui e ali, normal, sou torcedor e faço de vez em quando, mas mais no sentido de pequenas resenhas pra divertir. Mas sempre respeitei muito o Vitória como instituição e entendo que o torcedor também identifica isso. A rivalidade tem seus limites. Acho que a torcida do Vitória, uma parte pelo menos, me vê com respeito porque sabe que eu respeito a instituição”, completa.
“A gente coloca o torcedor como elemento principal disso tudo, é o principal patrocinador, o principal ativo, é o dono do nosso clube. E a gente fala pra todo mundo: quando a gente busca incluir a torcida que habitualmente não era lembrada, as minorias, que na verdade são maiorias, facilita muito, e comunicar com franqueza. Isso é fundamental e o torcedor percebe isso. Quando você fala olhando no olho é diferente de quando você fala simplesmente para implementar um discurso bonitinho”, acrescenta.
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