Ultrapassando um momento de crise que se agravou ainda mais em razão da pandemia do coronavírus, o Sport Recife chegou a comunicar no início deste mês a intenção de chegar a um acordo com comissão técnica e atletas para redução salarial durante a paralisação. O principal problema é que o clube pernambucano deve salários aos atletas, o que impossibilita a negociação para redução de salário. O presidente do Leão, Milton Bivar, afirmou que não é o momento de falar sobre isso e frisou que não pode pedir desconto e não pagar.
“Não está na hora de falar sobre isso. Adiamos, não adianta. Como vou pedir desconto e não pagar? Fica difícil para a gente falar em redução salarial, uma vez que o Sport é devedor desse grupo. Acho que não tem condições. Eu não tenho como chegar para o jogador, estou devendo a ele, e dizer: “olha me dá um desconto de X ou Y”. Isso dificilmente eu vou fazer.”
Desde que a Comissão Nacional de Clubes e a Federação Nacional dos Atletas Profissionais de Futebol (FENAPAF) não chegaram a um acordo, o Sport adia a tentativa de redução salarial com o elenco. Apostava em seguir uma decisão coletiva com outros times, ainda no início da paralisação, mas não houve consenso.
Com as equipes liberadas para negociar de forma individual, o Rubro-negro esbarrou nos débitos, que vinham de antes da pandemia, para selar um acordo. Desde a suspensão das competições, há dois meses, o clube terminou de pagar fevereiro (que tinha 40% em aberto) e iniciou os pagamentos de março, afirma o mandatário.
“Está atrasado algumas coisas. Temos a folha de março e abril. Abril começou agora a folha, ainda não pagamos. Pagamos alguma coisa de março, referente à CLT, mas a folha em si não foi paga ainda.”
Mesmo com o acesso à Série A do Brasileiro ao fim do ano passado, o clube iniciou a temporada com R$ 145 milhões em dívidas a curto prazo, que devem ser pagas dentro de 12 meses.