Paulo Carneiro analisa impactos da pandemia no Vitória: ‘Atrapalhou tudo’

"Atrapalhou todo o desenvolvimento de um plano que começou em janeiro"

Foto: Divulgação

Em entrevista ao Jornal Correio por telefone no último sábado, o presidente Paulo Carneiro explicou de que forma a pandemia do coronavírus impactou no Esporte Clube Vitória. Segundo o mandatário, a paralisação das competições no futebol brasileiro decorrente da covid-19 atrapalhou todo o desenvolvimento do clube e deixa a situação bastante complicada. Em relação a quanto o clube terá de prejuízo durante a pandemia, o dirigente não quis apontar um valor que segundo ele ainda está sendo estudado, mas frisou que o grande problema está no marketing, diante da falta de jogos, contratos suspenso e a queda de receita no plano de sócios. No entanto, ressaltou que “quando você tem um orçamento menor, o prejuízo é menor”. Ele citou a fala do presidente Guilherme Bellintani que prevê um prejuízo de R$ 60 milhões e lembrou que o orçamento do Vitória é quase cinco vezes menor que o do rival.

 

“Impactou na sociedade toda. Nós paramos de exercer a nossa atividade. Atrapalhou todo o desenvolvimento de um plano que começou em janeiro, um programa que tinha objetivos bem definidos, que estão sendo replanejados nas diversas reuniões que estamos tendo por videoconferência. Atrapalhou tudo. Deixa o jogador mais estressado, sem poder treinar direito, sem poder jogar. Deixa os funcionários com problemas, porque tivemos que renegociar seus salários. É uma situação muito complicada. Qualquer atividade econômica nesse país, a situação de empobrecimento é geral. Pelo menos demonstra aos nossos políticos como foi ruim tratar mal os mais necessitados ao longo dessas décadas.”

“Nós estamos fechando isso, mas o que temos que fazer nesse momento é reduzir custo ao máximo e manter o nível de receita que temos. Acho que, por incrível que pareça, o grande problema nosso está no marketing, porque se a gente não joga, a gente tem queda de receita no plano de sócios, alguns contratos são suspensos, não temos público no estádio, embora a receita de estádio esteja muito mais acoplada, no caso do Vitória, aos sócios do que ao torcedor. Mas não valorizamos os nossos atletas na mídia, esse é um prejuízo enorme, não dá para medir, é um valor intangível. Estamos fechando esse número e o que nós precisamos é manter as receitas, então, se por exemplo, a rede de televisão retirar nossa cota, é só você multiplicar ela pelos meses que faltam para ver o tamanho do prejuízo. É claro que, quando você tem um orçamento menor, o prejuízo é menor. Quando você tem um orçamento maior, o prejuízo é maior. Eu tenho ouvido aí o presidente do Bahia falar do tamanho do prejuízo. É porque ele tem uma receita perto de R$ 200 milhões. A nossa é R$ 40 milhões. Há uma diferença enorme de prejuízo nesse aspecto.”

Autor(a)

Fellipe Amaral

Administrador e colunista do site Futebol Bahiano. Contato: futebolbahiano2007@gmail.com

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