Atlético-MG teme perda de pontos no Brasileiro por dívida na FIFA

"Se eu não fizer, o Atlético vai tomar três pontos na cabeça"

Foto: Bruno Cantini/Atlético-MG

Sem dinheiro e em crise, o Atlético Mineiro teme pela perda de pontos no Campeonato Brasileiro de 2020 por conta da dívida pela compra de Maicosuel, em negócio com a Udinese, avaliado em 3,3 milhões de euros em 2014. Em condenação na FIFA, o clube tem até segunda-feira para efetuar o pagamento de cerca de R$ 13 milhões do débito. A punição seria a perda de 3 pontos no próximo Brasileirão. O presidente do Galo, Sérgio Sette Câmara, informou que havia reservado cerca de R$ 9 milhões para o pagamento da dívida, mas com a alta do euro (chegou aos R$ 6 na última sexta-feira), o valor da dívida subiu nos últimos dias, superando o que o time alvinegro tinha em caixa.

 

“Eu não tenho perspectiva de fazer o pagamento na segunda-feira. Se eu não fizer, o Atlético vai tomar três pontos na cabeça. Não sei te dizer direito quais os desdobramentos, mas tenho a impressão de que (além de tirarem três pontos), eles fixam um novo prazo, uma nova penalidade esportiva, que eu não sei te dizer qual é, se é outra perda de pontos ou já é rebaixamento. É desesperador, porque me pegou no pior momento, no meio do coronavírus, não tem receita, não tem futebol”, disse Sette Câmara em entrevista ao blog do Perrone.

O clube propôs pagar parcelar em oito ou nove parcelas de 200 mil euros, porém, a FIFA não aceitou a proposta atleticana, segundo Sette Câmara. “A Fifa foi muito insensível. Num tempo de coronavírus, em que você tem contratos de trabalho sendo suspensos, contratos bancários sendo suspensos ou prorrogados (…) eu fiz uma proposta para a Fifa. Eu disse assim: olha, todas as dívidas que eu encontrei na minha gestão não eram minhas, e eu paguei. Estou pedindo um parcelamento. Não é cano, nem prazo, nem prorrogação, nem nada. Eu preciso de um parcelamento para poder pagar meus funcionários, mas não é o jogador, é o porteiro, o limpador da piscina.”

Sette Câmara cogitou até a possibilidade de vender algum bem pessoal. “Tenho até o fim do nosso horário bancário na segunda para fazer o pagamento (da dívida). Esperança de reverter esse quadro? Pouca. Estou tentando aqui, vendo com alguns amigos, tentando complementar o valor, não estou nem dormindo (…) vou tentar alguma coisa na segunda-feira. Se bobear, vou tentar até vender alguma coisa pessoal para tentar pagar”, admitiu.

Maicosuel custou ao Atlético 3.315.000,00 de euros, parcelados da seguinte forma: três parcelas de 830 mil euros em janeiro e julho de 2015, e em janeiro de 2016; mais uma parcela de 825 mil euros em junho de 2016. A compra foi efetuada na gestão de Alexandre Kalil. O Atlético ainda tem que quitar cerca de 58 mil euros de mecanismo de solidariedade da compra de Otero, em 2017, junto ao Caracas, um dos clubes reveladores do venezuelano. Ainda na Fifa, o Galo ainda discute dívida protestada pelo Vélez Sarsfield (Lucas Pratto) e Junior Barranquilla (Yimmi Chará). E ainda há ações movidas por Osmanlispor (Patric) e Banfield (Cazares).

Autor(a)

Fellipe Amaral

Administrador e colunista do site Futebol Bahiano. Contato: futebolbahiano2007@gmail.com

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