Mais um clássico Ba-Vi, com mais um samba de uma nota só

BA-VI deste domingo pelo Baianão terá apenas rubro-negros no Barradão

“Clássico é clássico e vice-versa”! Essa frase escrita ou proferida por um ilustre e desconhecido autor, retrata, repercute e potencializa, muito bem, toda magia que denota o maior clássico do futebol Nordestino, o qual, defino como: “BAVI é BAVI”, o resto é rezar ladainha pra boi dormir”. A verdade é que o BA-VI, independentemente, das circunstâncias em que seja realizado, é um acontecimento especial e indescritível que agita, não só as duas torcidas envolvidas no clássico mas que desperta, também, à atenção de pessoas alheias ao futebol que, no mínimo, querem saber o placar, no final do jogo. O clássico é fora de série, não importa quem é Série A ou Série B porque, antes da bola rolar,não há lógica. e nem favorito. Tomemos como parâmetro, o BA-VI da Copa do Nordeste, realizada há menos de um mês, na Arena Fonte Nova, acabou com o time da Série B vencendo o time da Série A.

 

Ademais, é um jogo de muitas nuances e,: dependendo do placar final ou como este foi construído, logo nos vestiários, pode logo começar “rolar cabeças” haja vista que, o clássico tanto tem a força e o poder de arruinar a situação do time que estava bem na “fita”, antes do jogo, deixando-o em crise; como também, a situação pode ser invertida; “rescindir” contrato de jogador; causar demissão de treinador e até, intervenção em em clube, como aconteceu em 2013 com o último presidente do Bahia pertencente ao abominável regime das “Capitanias Hereditárias” que foi destituído do cargo, poucos meses após, aquelas duas humilhantes goleadas sofridas na Arena Fonte Nova. Como dizem que “há males que vem pra o bem”! Mas, como eu nunca vou poder dizer isso, em função do meu sofrimento com o que aconteceu na época, prefiro parodiar e dizer que: ‘Há malas que vem pra o trem”!

Já perdi à conta dos Bavis que assisti, tanto “in loco”, ao vivo e à cores, como à distância, através da TV, como acontece nesse domingo. Com todo respeito que nutro pelo Ministério Público da Bahia e por todas autoridades constituídas da Bahia responsáveis pela segurança pública do cidadão baiano, acho um absurdo o descaso que vem acontecendo com relação ao esvaziamento nos estádios onde acontece o jogo, e não se tem uma autoridade para por um ponto final nesse imbróglio.

Tenho ciência e consciência da intolerância, da falta de educação e, sobretudo, da falta de civilidade que grassa em considerável parte do povo brasileiro, mas, para todo problema, há de se ter uma solução e não vai ser um problema de violência que vem acontecendo dentro dos estádios de futebol ou nos seus entornos ou adjacências, que vai ficar sem solução por quem de direito que é a polícia, que foi constituída nas suas esfera civil e militar para manter à ordem pública ou, no caso, prevenir ou reprimir à violência ou a bagunça promovidas pelos infratores ou detratores da lei.

E é para esses bagunceiros ou criminosos, que possuem instintos de animais selvagens que impedem à convivência desses elementos com pessoas educadas e civilizadas no momento de compartilhar espaços, que à polícia tem em mãos o instrumento que está mais ao seu alcance que é trancafiá-los na cadeia, para que eles vejam o sol nascer quadrado, ao amanhecer do dia seguinte. Só que, os magistrados que atuam na nossa egrégia justiça que, infelizmente, ainda lida e convive com um caduco e defasado Código Penal que foi promulgado em 1940, sejam mais rigorosos nas suas decisões em audiências de custódia, as quais, dão à impressão à sociedade de terem sido criadas para servirem de atos solenes para distribuição de tornozeleira eletrônicas.

Pelo que leio e pelo que já li, o MP-BA, tem RECOMENDADO que todos os clássicos BAVI sejam realizados com torcida única, ou seja, com a presença, apenas, da torcida do time mandante do jogo. Mas, em nenhum momento, eu já li ou ouvi falar que o MP tenha VETADO à presença no estádio de ambas às torcidas para assistir o espetáculo ou tenha DETERMINADO à presença de torcida única para assistir ao clássico. Os senhores podem pesquisar em qualquer dicionário, que o significado de RECOMENDAR é totalmente diferente do significado de DETERMINAR ou VETAR.

Então, só posso entender que, o quê está acontecendo, são dois fatores nesse impasse: ou os cartolas da Confederação Brasileira de Futebol-CBF e da Federação Baiana de Futebol não sabem o que significa à palavra RECOMENDAR ou, se sabem, não têm interesse de abrir um diálogo ou conversas envolvendo às instituições envolvidas no assunto, para adotar medidas que restabeleçam à normalidade da realização do clássico que até 2015, foi realizado com a presença, não só das torcidas de Bahia e Vitória mas, também, com as presenças de torcedores do Galícia, Ypiranga, Botafogo, Leônico, Redenção e o Escambau de Mussurunga.

Peço desculpas aos leitores, pois, embora saiba que esse portal é, eminentemente, esportivo, pela abrangência do fato, acabei falando mais em assunto policial do que futebolístico, mas, espero e torço que à presença de público nos BAVIS volte como era antes, sendo prestigiados pelas duas torcidas porque, a “guerra’ é só dentro de campo, com os jogadores disputando à pelota objetivando colocá-la nas redes adversárias. Nas dependências do estádio, tem que reinar à paz e ser celebrada a festa do torcedor, cuja paixão que dele transborda, se transforma no combustível do futebol.

José Antônio Reis, torcedor do Bahia e colaborador do Futebol Bahiano.

 

Autor(a)

José Antônio Reis

Torcedor Raiz do Bahêa, aposentado, que sempre procura deixar de lado o clubismo e o coração, para analisar os fatos de acordo com a razão. BBMP!

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