O que muita gente imaginava antes era que o Coronavírus, ou Convid-19, se tratava de uma doença como muitas outras que não traria maiores danos à população, à rotina diária das pessoas, das empresas, do futebol e outros inconvenientes, no entanto, está se alastrando em todo globo terrestre e, além de já ter provocado um elevado número de óbitos, tem feito estragos nas maiores e mais sólidas economias do mundo. São as bolsas de valores em constantes baixas, a alta cotação da moeda americana que vem disparando, idosos sendo aconselhados a não sair de casa, por pertencerem ao grupo de risco de contrair, com mais facilidade à doença, enfim, um verdadeiro caos social causado por essa pandemia que começou na China e vem assolando e parando, literalmente, o mundo, fato que vem corroborando com um sonho tido pelo saudoso Raul Seixas, há quase cinquenta anos, o qual, ele o transformou numa bela canção, intitulada: O Dia Em Que a Terra Parou!
Desde muito antes de acontecer o carnaval, que venho acompanhando o noticiário a respeito do Coronavírus, ou o Novo Covid-19, ou como queiram denominá-los. Mas, foi nos últimos dez dias que a situação chegou a níveis alarmantes, assustando a tudo e a todos, obrigando que instituições públicas e privadas adotassem medidas de caráter preventivo para tentar conter o furor maléfico que vem assolando o planeta.
Antigamente, se dizia que no Brasil, tudo se acabava em samba, carnaval e em futebol. De uns tempos para cá, inovaram e, principalmente, no campo político, quando estava tentando à resolução de uma questão complexa, já prenunciavam que acabaria “em pizza”, mas, dessa vez, diante desse grave problema de ordem sanitária que vem assolando o mundo, aqui no Brasil, não vai acabar nem em pizza, nem em samba e tampouco em futebol, o futebol ainda é uma incógnita na presente temporada. O grande problema é que o Brasil, ainda continua sendo o país do “Faz de Conta” e o próprio presidente da República, autoridade máxima da Nação, é o primeiro a entrar na contramão do bom senso e, enquanto o Ministério da Saúde e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária-Anvisa, recomendavam à população evitar contatos físicos e aglomerações, no último domingo o que se viu foi o presidente da República apertando a mão das pessoas, abraçando-as tirando selfie, enfim, contrariando os ditames das próprias autoridades sanitárias do seu próprio governo.
No futebol, por se tratar de uma atividade que atrai milhares e milhares de pessoas para assistir um jogo e consequentemente, gerar grandes aglomerações, a Conmebol deu o pontapé inicial no tocante à paralisação ou suspensão de jogos, determinando a interrupção da competição por tempo indeterminado. Já à respeito de competições nacionais chanceladas pela Confederação Brasileira de Futebol-CBF, no caso da Copa do Brasil e outros torneios nacionais de base, a CBF começou utilizando dois pesos e duas medidas: No decorrer da semana passada, determinou a suspensão de todos os jogos da Copa do Brasil que já estavam programados pela 3ª fase da competição, deixando a critério da Liga do Nordeste deliberar a sequência ou não da da Copa do Nordeste, competição que ficou faltando fechar a última rodada da fase de grupos, quando a Liga optou pela suspensão da competição, por tempo indeterminado.
Na esfera regional ou doméstica, cujo futebol, é subordinado, imediatamente, a Federação Bahiana de futebol-FBF, antes da decisão final de suspender as duas rodadas finais da fase de grupos do Campeonato Baiano, houve resistências, decisões, indecisões, enfim, houve de tudo. Na última segunda-feira, em reunião com os dirigentes dos clubes, a entidade decidiu manter as duas últimas rodadas de fase de grupos, mas, com portões fechados. Só que, no dia subsequente, a FBF, não sei se em decisão isolada ou conjunta com os clubes afiliados, voltou atrás à decisão anterior e determinou à imediata suspensão da competição estadual, o que já ocasionou estragos no futebol da Bahia com alguns clubes do interior começando a dispensar seus atletas e aqui em Salvador, o presidente do Vitória anunciando o desmanche da equipe sub-23.
O fato é que com esse pandemônio ocasionado por toda essa pandemia que vem assolando o planeta, a única certeza que tenho, é que a cartolagem do futebol brasileiro está repleta de dúvidas quanto à retomada ou não das competições que foram interrompidas ou suspensas em função de nem as autoridades sanitárias do mundo terem uma noção de até quando perdurará tão grave doença. Diante de toda essa pandemia, só nos resta fazer nossa parte preventiva, pedir proteção à Deus e confiar nas autoridades sanitárias para que não venhamos constar dos números de casos letais dessa nefasta doença.
José Antônio Reis, colaborador do Futebol Bahiano.