Nesta segunda-feira (20), foi confirmada a contratação do goleiro Bruno pelo Operário Várzea-grandense após liberação do Ministério Público e da justiça de Varginha-MG. Nem mesmo apresentou o novo reforço e o clube já tem de lidar com alguns problemas. O primeiro deles é a possível perda de alguns patrocinadores. A Cooperativa Sicredi anunciou hoje que não patrocina mais o clube. Outro problema, já esperado, será enfrentar os protestos não só dos torcedores que já se manifestaram contra a contratação, como do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher de Mato Grosso que soltou uma nota de repúdio, além disso, foi criado um grupo com mais de 150 pessoas, maioria mulheres, contrárias à contratação do atleta que cumpre pena em regime semiaberto pela morte da ex-namorada Eliza Samúdio.
“Somos contra porque o futebol tem uma função social, que ultrapassa a questão esportiva. Alcança as famílias e as crianças. Não somos contra a ressocialização, mas o esporte cria ídolos e as crianças aprendem valores com essa super exposição que o esporte proporciona. O que mais lutamos é contra o crime que ele cometeu. Em Várzea Grande, especialmente, é um dos municípios com índices mais altos de mulheres que sofrem violência e morrem todos os dias”, afirmou Gláucia Amaral, presidente do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher de Mato Grosso.
Por conta da enorme repercussão, o Operário-MT vai bancar um avião particular para o jogador de 35 anos poder viajar até Mato Grosso. A data da chegada de Bruno em Várzea Grande – região metropolitana de Cuiabá – não foi definida pela diretoria, mas será ainda esta semana. O time estreia no Campeonato Mato-grossense nesta terça-feira diante do Poconé e a apresentação oficial será após esta partida. O Operário VG se prepara para a estreia no Campeonato Mato-grossense, que será nesta terça-feira diante do Poconé, às 20h10, no estádio Dito Souza.
Bruno, de 35 anos, foi preso em setembro de 2010 e condenado em março de 2013 pelo homicídio triplamente qualificado de Eliza Samudio e pelo sequestro e cárcere privado do filho Bruninho. O jogador também havia sido condenado por ocultação de cadáver, mas a pena foi extinta após a Justiça entender que o crime prescreveu sem ser julgado em segunda instância. As penas válidas somadas são de 20 anos e 9 meses. O atleta conseguiu progressão para o regime semiaberto e foi solto no dia 19 de julho de 2019. Bruno vive em Varginha, distante 320 km de Belo Horizonte. Porém, para atuar, é necessário autorização da justiça em função do regime semiaberto. Após deixar a detenção, ele já passou pelo clube Boa Esporte, no qual atuou em cinco partidas em 2017, e no Poços de Caldas, no ano passado, onde teve seu contrato rescindido depois de 45 minutos em campo por ordem judicial.