Após passagem conturbada pelo Ceará, o lateral-esquerdo Thiago Carleto chegou ao Esporte Clube Vitória em outubro e em pouco tempo se firmou como titular sendo peça importante e decisiva na campanha de recuperação e na permanência do Leão na Série B. Foram 10 jogos, 3 gols e 3 assistências. Entrevistado pelo site Globoesporte, o jogador falou sobre os momentos complicados no Ceará e a relação difícil com técnico Enderson Moreira, que foi contratado para comandar o Vozão em abril deste ano, dois meses depois da chegada do lateral. Assim como aconteceu com o volante Juninho, Carleto pediu para rescindir seu contrato por causa justamente do treinador e acertou com o Rubro-Negro .
“No dia que ele assumiu o Ceará, o Juninho, que é um cara sensacional, no outro dia pediu para ir embora. Eu achei estranho. Fui conversar com o Juninho, que me disse: “Pô, cara, não consigo trabalhar com ele, não me encaixo. Já lá no Bahia tive problema. Desde a saída do Lisca, a situação no Ceará se complicou um pouco. Ficou a indecisão de quem vinha. A gente nunca sabe o dia de amanhã, não podemos falar mal, e eu nunca tive problema com treinador nenhum. Mas a convivência com Enderson Moreira foi muito difícil. Eu sempre falo que o treinador assume um clube, já conhece até o menino da base que está subindo para treinar. Ele sabe de todo mundo. Só que nós, jogadores, hoje procuramos saber o perfil do treinador, a maneira que eles trabalham. Eu tinha descoberto que a personalidade do Enderson é muito forte. Tenho amigos no Bahia que me contaram isso”, disse.
Antes mesmo de pensar em defender o Ceará ou Vitória, Thiago Carleto foi procurado pelo Bahia quando atuava na Arábia, no entanto, segundo relato do jogador, Enderson Moreira vetou a contratação.
“Quando eu estava na Arábia, houve um contato do Bahia para eu vir. Eu falei: “Pô, legal, clube bom”. Queria esse perfil de trabalho: Ceará, Bahia, Vitória, clubes de massa, que eu acho que me encaixo bem. O tempo passou, não deu certo, eles estavam precisando (o Bahia). O Claudinho {Cláudio Prates, auxiliar técnico do Bahia], com quem trabalhei no América-MG e era um dos auxiliares, e o Rogério, que é preparador de goleiros e começamos na base juntos, nos encontramos. Conversa vai, e eu descobri que o motivo de eu não ter dado certo foi o Enderson, que não quis a minha contratação, não me conhecia. Não sei por quê, eu estava bem no Atlético, tinha a aprovação de todo mundo. O mundo girou e a gente foi trabalhar no Ceará juntos”, disse.
Apesar da convivência difícil, Thiago Carleto revela que não guarda mágoa de Enderson e até gostaria de encontrá-lo para conversar. “Acho que, se o Enderson me encontrar, sei lá, a gente trabalhar juntos, quebrar essa barreira. Mágoa nenhuma. Um dia, sei lá, gostaria de encontrá-lo para poder conversar. A gente nunca sabe, amanhã posso ser treinador, diretor, trabalhar junto”, afirmou.