Após o triunfo por 1 a 0 sobre o Grêmio no último domingo em Porto Alegre, que encaminhou o título brasileiro, o técnico Jorge Jesus desabafou na entrevista coletiva e rebateu as críticas e questionamentos que ouve por parte de treinadores brasileiros e jornalistas no debate sobre a atuação do técnico estrangeiro no Brasil. Jesus lamentou os comentários, disse que não veio para o Brasil tirar o lugar de ninguém e lembrou de Luiz Felipe Scolari, que fez história em Portugal e tem o carinho dos portugueses, além de citar outros treinadores brasileiros.
“Vim para o Brasil, sou um treinador como eles. Não vim tirar lugar de ninguém. Não vim ensinar a ninguém. Não sou melhor nem pior do que ninguém. Queria lembrar aos meus colegas que em Portugal já trabalhou um brasileiro, o Scolari. Ele é acarinhado pelos portugueses. Assim como Autuori, René Simões, Abel… e muitos outros. Quando estiveram lá, tentamos aprender. Não havia essa agressividade verbal que há comigo. Não entendo essas mentes fechadas. Não me incomoda. Quero que meus colegas cresçam. Não sabem o que é globalização. Que de uma vez por todas tirem os fantasmas da cabeça, porque o Brasil tem grandes treinadores.”, disse o treinador.
Principal responsável pela contratação do treinador, Marcos Braz, vice-presidente do Flamengo, também deu declarações fortes, afirmou que é uma covardia o que estão fazendo com Jorge Jesus.
“É sacanagem o que estão fazendo com Jesus, covardia. Um cara correto, que não precisa de empresários para colocar ele nesse ou naquele time. Treinador vitorioso, que respeita todos os profissionais, tem um staff supercorreto também. Um grande profissional, que está sendo alvo, virou moda questionar o trabalho dele. O processo é natural, globalizado, e não só com técnico de futebol. Tem ator brasileiro que vai trabalhar em Portugal, e de Portugal vem pra cá aqui, jornalistas saem daqui para trabalhar no exterior, e outros de fora vêm trabalhar aqui. Por que essa onda toda em cima do Jesus?! O sucesso parece incomodar. Jorge é um grande profissional, mostra isso no dia a dia, só perguntar para todos que trabalham com ele. Que onda é essa de perseguição ao treinador?! Falam demais em vez de procurarem absorver um pouco de conhecimento com ele”, declarou Marcos Braz em entrevista ao Site Globoesporte.