Qualquer instituição que propague ações de responsabilidade social, através de diversas campanhas, merece aplausos. Nenhum outro clube do Brasil, em nenhum tempo, ousou à publicitar tantas campanhas, como o Esporte Clube Bahia de 2019. As ações, de fato, são oportunas, por trazer demandas importantes da sociedade, muitas vezes deixadas de lado, por outros setores. Contudo, é notável o casuísmo eleitoral do presidente da maior agremiação esportiva do Nordeste a ponto de utilizar o clube como trampolim.
Sim, não é de hoje que o gestor do Esquadrão pleiteia seguir carreira pública, tendo já ocupado outras funções na Prefeitura de Salvador. Curiosamente, seu nome surge como pré-candidato ao Palácio Tomé de Sousa. Guilherme Bellintani é dono de uma inteligência natural, com alta capacidade administrativa, não tem como negar seu talento, já testado algumas vezes. Prova disso é a condução quase inquestionável no Fazendão na atual temporada.
Mas nem tudo são mil maravilhas, com o sucesso no campo, até o início do retorno, vieram a queda avassaladora de desempenho, dentro das quatro linhas, e o aumento intensivo das ações afirmativas. O clube claramente perdeu o foco, dentro e fora do campo.
À mercê de terminar fora da zona da libertadores, com chances de classificar os oito primeiros no Brasileirão, caso o Flamengo conquiste à Libertadores, o Bahia pode jogar no lixo aquela que ainda pode ser a melhor temporada na era dos pontos corridos.
O efeito nefasto de políticos no Esporte Clube Bahia, quase afundou o clube em dívidas e na última divisão nacional. Talvez seja o momento do conselho deliberativo apreciar uma inclusão estatutária, proibindo a filiação partidária de todos os candidatos à presidência e em qualquer tempo, durante o mandato, no âmbito de afastar os políticos que usam o clube em benefício próprio.
Luigi Bispo, 31 anos, Tecnólogo em Processos Gerenciais, Especialista em Gestão Esportiva e MBA em Gestão Executiva e Liderança Estratégica.