Paulo Carneiro reclama das gestões passadas e aguarda minuta da Arena Fonte Nova

Foto: Vinicius Simoni/Metropress

Apesar do excelente resultado contra o Vila Nova ontem à noite pelo placar de 2 x 0 pela abertura da 21ª rodada do Campeonato Brasileiro da Série B, o presidente Paulo Carneiro do Esporte Clube Vitória, além de comemorar o segundo triunfo do Leão fora de casa, também teceu comentários sobre a situação financeira vivida pelo clube em entrevista concedida à Rádio Metrópole, única emissora baiana que esteve presente em Goiânia para a transmissão do confronto.

 

“Quantos times podem dizer que estão há sete partidas sem perder? E que em sete partidas tomou um gol? Estamos prontos como a gente quer? Não, sempre vai faltar alguma coisa. Mas hoje ganhamos a segunda fora. Temos que parabenizar essa equipe, que trabalha muito e duro. Foi um time que montamos no meio do campeonato e não só dentro de campo, fora também, como preparador de goleiro e fisiologista. Não tinha nada no Vitória, era terra arrasada. Agora estamos devagarzinho”, declarou.

Sobre a situação financeira vivida pelo clube, o Vitória chegou a dever parte dos salários a atletas e funcionários, mas a situação começou a ser normalizada. O dirigente voltou a cobrar o apoio da torcida. “Já reduzimos um número impressionante, mas ainda não temos equilíbrio de caixa. Precisamos de recurso e do torcedor no estádio. Mas infelizmente o torcedor é do time e não do clube. Eu sou torcedor do clube, sou apaixonado pelo clube e não pelo time. O torcedor do Vitória é passional, basta um empate contra o América-MG para já no jogo contra o Operário não ter a mesma quantidade de gente. É complicado, vamos seguindo, enquanto ainda tiver esperança”, afirmou Carneiro.

O presidente ainda revelou a dívida mais recente descoberta pelo clube, envolvendo o zagueiro Ruan Renato, contratado no ano passado durante a gestão de Ricardo David. O atleta foi repassado ao Figueirense, mas agora processa o Vitória cobrando mais de meio milhão de reais.

“A última é de Ruan Renato, o zagueiro. Na gestão passada, o Vitória mandou ele para o Figueirense e assumiu que pagaria R$ 20 mil do salário dele, que é mais de R$ 80 mil. E também todas as parcelas rescisória assumiu que pagaria em várias parcelas. Sabe o que aconteceu?
O Vitória não pagou e ele entrou na Justiça reivindicando rescisão direta e pedindo R$ 550 mil. Parcelamento de um clube sem caixa é brincadeira. Você parcela e acaba na Justiça. Igual a esse devem ter uns R$ 18 milhões de acordos feitos e não-cumprindos. Já encaminhei, não cabe a mim. Fiz o que está no estatuto”, revelou o presidente, ressaltando que esteve em encontro com o ex-vice-presidente do Vitória, Chico Sales, no último jogo do Barradão.

“O vice-presidente da gestão passada, Chico Sales, assistiu o último jogo comigo. Não tem nada de pessoal. A questão é institucional, tenho obrigações de respeitar o estatuto e formular denúncias contra as gestões passadas que tiveram contas reprovadas. Não fui eu que reprovei. Serão processados no Conselho e na Justiça comum”, ressaltou.

Sobre a Arena Fonte Nova, Paulo Carneiro negou que a negociação esteja perto de um desfecho. Segundo ele, o clube aguarda uma minuta contratual para definir se irá ou não trocar o mando de campo do Barradão para o estádio que foi palco da recente Copa América, da Copa do Mundo e das Olimpíadas. “Por enquanto nada. A decisão será minha. Tenho um grupo que trabalha e vamos aguardar. Estou esperando uma minuta de contrato para avaliar se a gente segue ou não segue. Até agora não recebi essa minuta”, completou.

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

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