Carta: Conselheiros do Vitória rotulam gestão de Ricardo David como desastrosa

Em carta, Conselheiros do Vitória classificam gestão de Ricardo David como “desastrosa”

Insatisfeitos com a atual gestão do Esporte Clube Vitória, um grupo de conselheiros entregou ao presidente Ricardo David uma carta de repúdio na última quarta-feira (25), dias após a derrota para o Bahia por 4 a 1 no clássico BA-VI do último domingo. Na carta, os conselheiros fazem cobranças ao mandatário que segundo eles não foram cumpridas e classificam os sete meses David à frente do clube como desastrosos e com prejuízos à imagem da instituição.

Veja abaixo a carta:

“Salvador, 25 de Julho de 2018.

Ao Presidente do Conselho Diretor do Esporte Clube Vitória

Sr. Ricardo da Silva David,

É com profunda tristeza e vergonha que após esses sete meses de gestão, os quais podemos classificar como desastrosa, afinal inúmeros prejuízos à imagem da instituição Esporte Clube Vitória, decidimos através desta nos manifestar.

Durante toda campanha eleitoral o Sr. criticou acintosamente antigas gestões, alardeando aos quatro cantos que havia se preparado para gerir o clube e que saberia o que fazer para retomar a ordem e colocar o Esporte Clube Vitória nos trilhos.

Contudo, após eleito, apenas demonstrou que todas as palavras não passavam de falácias, uma verdadeira propaganda eleitoral.

Dizia ter jogadores e patrocinadores apalavrados e um projeto para o futebol profissional juntamente com o Diretor de Futebol. Este, inclusive, já foi substituído e em sua saída fez duras críticas à sua forma de gerir o Clube. Além disso, até o momento não há nenhum patrocinador novo, das contratações já testadas, poucas deram algum resultado e o Vitória não conseguiu nada além de um aproveitamento pífio em todas as competições que disputou. Lembrando que para 2018 foi aprovado o maior orçamento da história do clube, com uma previsão de custos maior, inclusive, que os realizados (e bastante criticados pelo senhor e por todos nós) em 2017 após ajustes referentes a anos anteriores, segundo o parecer do Conselho Fiscal.

A profissionalização tão prometida foi deixada de lado para dar lugar ao tão criticado cabide de empregos de outrora, afinal vários foram os cargos distribuídos para ocupação de amigos e apoiadores de campanha, como por exemplo o analista de desempenho contratado este mês, que já afirmou ter relação pessoal com o senhor e que até poucos meses escrevia textos em seu website (que por anos foram criticados por parecerem uma mera campanha ao seu favor), de onde se licenciou após a sua eleição para fazer um curso

de 50 horas e ser contratado pelo Clube. Além de tratar o Esporte Clube Vitória como se fosse de sua propriedade, pois não é difícil encontrar fotos de pessoas do seu convívio pessoal desfrutando de privilégios, como presença em camarotes, treinos e vestiários, além de possíveis relações indevidas, quando vemos fotos descontraídas em jantares informais com amigos e um subordinado do qual a torcida clama pela saída.



Outro compromisso firmado com o torcedor e deixado de lado após a eleição foi a tão falada transparência, afinal havia sido prometida a divulgação dos balanços financeiros de forma, no mínimo, trimestral. Mas, como já apontado, apenas mais uma falácia. O mês de agosto já bate à porta e ainda não foi divulgado um balanço sequer!

Sem contar com a não divulgação da lista de sócios-torcedores atualizada mensalmente (obrigação estatutária) que, quando ocorreu, trouxe erros evidentes, como mais de 10 nomes “Teste” apresentados na listagem. Sócios estes que não vislumbram a tão prometida e esperada melhoria do Sou Mais Vitória; continuamos sem “ranking”, sem aplicativo e sem mudanças significativas nos planos, assim como ocorreu em 2014/2015, quando o atual presidente dirigia o Marketing.

Cabe destacar, ainda, que perdemos a parceria com o basquete da Universo, projeto abraçado pela torcida rubro-negra, e que divulgava nacionalmente a marca do Clube, e que por sinal era mais uma das grandes promessas de campanha: O FORTALECIMENTO DO BASQUETE DO UNIVERSO/VITÓRIA.

Como se não bastassem todas as promessas não cumpridas, nós, torcedores do Vitória, estamos acumulando vexames e humilhações por conta da inabilidade na gestão do nosso amado Clube. Como exemplo, a condução dos fatos pela gestão no fatídico clássico de 18 de fevereiro pelo Campeonato Baiano.

Observando o desenrolar dos fatos à época, percebe-se que a Diretoria adversária ocupou initerruptamente os meios de comunicação se fazendo de vítima e colocando o Esporte Clube Vitória como um verdadeiro vilão de todo o acontecido, enquanto nossa Diretoria se manteve silente e inerte.

Posteriormente, no âmbito jurídico, vimos o nosso amado Clube ser massacrado fora de campo. Fomos humilhados pela imprensa, pela diretoria do rival, pelo TJD-BA, STJD, por todos e, mais uma vez, a Diretoria não reagiu como deveria em defesa do nosso

Esporte Clube Vitória. Os últimos clássicos da final jogamos totalmente desfalcados, após desrespeito a um direito a efeito suspensivo e julgamentos viciados, com direito a conselheiro do rival e punições desproporcionais entre as equipes.

Perdemos o campeonato baiano não só dentro de campo, mas na imprensa e nos tribunais, de maneira vexatória, sem que a gestão que tanto se dizia preparada demonstrasse qualquer reação. Somente após a própria torcida nas redes sociais engajar um apoio incondicional, a hashtag #FechadoComOECV , é que a gestão veio a aparecer.

Após o Campeonato Baiano, sofremos mais um duro golpe, com o Vitória sendo desclassificado na Copa do Nordeste após nosso treinador levar o time reserva para o jogo do Maranhão contra o Sampaio Correia. Atitude vergonhosa e de desrespeito dessa Diretoria, que permitiu que a comissão técnica subestimasse nosso adversário e a competição que é a única alternativa rentável para o primeiro semestre dos próximos anos, além de colocar em risco a nossa supremacia em títulos regionais.

Quanto ao Campeonato Brasileiro, havia grande esperança de reformulação do elenco quando da parada para a realização da Copa do Mundo. Foram muitas as contratações e torcemos, como rubro-negros que somos, para que estas correspondam. No entanto, o que mais ficou evidenciado foi o tempo perdido com a manutenção da comissão técnica, em especial do técnico Vagner Mancini, que acumula insucessos e vexames durante o ano, com um aproveitamento medíocre, goleadas sofridas e derrotas contra o nosso maior rival. Algo que, no último domingo (22.07), atingiu o ápice das humilhações, com uma goleada histórica que não se via em um Brasileiro da série A desde o longínquo 1978, chegando à marca de cinco derrotas seguidas e igualando um recorde negativo do ano de 1938.

Quanto aos clássicos, vale salientar que a gestão e os bastidores possuem extrema importância. Os resultados não são meros reflexos técnicos e táticos. É de grande relevância desde a construção de um ambiente de motivação e tranquilidade, o qual vimos no último domingo estar bem distante, até declarações e ações externas.

Na dúvida, os erros de arbitragem tendem a favorecer ao rival. Os árbitros sabem que do lado de lá há pressão, fiscalização, reclamações, enquanto o nosso está sempre omisso. Como exemplo, na primeira rodada do Brasileiro tivemos dirigente do time adversário na porta dos vestiários do árbitro no intervalo (inadmissível permitir esse acesso e pressão

no nosso próprio estádio). Como resultado, no 2o tempo ocorreu a validação de um gol absurdamente ilegal. Após o jogo o Vitória ainda saiu de “vilão” e como grande beneficiado daquela partida por toda a imprensa, por um lance em que qualquer ser humano veria irregularidade sem a câmera lenta.

Mais revoltante ainda é a omissão na questão da torcida única em clássicos, determinação desejada, forçada e comemorada pelo rival e que, em momento algum, entramos na briga. A impressão que se tem é que o sofrimento de torcedor pelo qual passamos em momentos de revolta e tristeza não é compartilhado pelo Presidente, que parece ter iniciado sua ligação com o clube apenas em 2013, a partir da iminente eleição de seu amigo Carlos Falcão, e focado em meros objetivos pessoais e profissionais.

O que foi feito pela Diretoria desde então? Nada. O Presidente do clube não se manifesta, o técnico é mantido apesar de tudo e seguimos para a próxima rodada como se nada tivesse acontecido.



É angustiante assistir tanta passividade e a tão notória incompetência daqueles que hoje dirigem o Esporte Clube Vitória. Tantos desmandos geram graves consequências, como pudemos presenciar nos últimos meses. A dúvida hoje é saber o quão fundo será o fundo do poço que esta gestão tenebrosa colocará o nosso Clube.

Todos os fatos acima narrados se resumem em incompetência, omissão e humilhação. Mas podem chamar, também, de gestão Ricardo David.

Diante do exposto, nós, membros do Conselho Deliberativo infrafirmados, visando a recuperação e fortalecimento do nosso Clube, em caráter emergencial, reivindicamos mudanças na forma de gerir o Clube por esta Diretoria e, para tanto, indicamos as seguintes ações a serem adotadas:

1. TRANSPARÊNCIA:

1.1 Divulgar os relatórios financeiros no máximo a cada 3 (três) meses, conforme prometido após eleito.
1.2 Divulgar a lista de sócios mensalmente, conforme determina o Estatuto, de preferência que seja estabelecido uma data fixa para essa atualização.

1.3 Disponibilizar os documentos, balanços e balancetes ao Conselho Fiscal, conforme previsão estatutária, para que este Órgão possa desempenhar suas atividades.
1.4 Estabelecer um convívio com Conselho Deliberativo, participar das reuniões do Conselho Deliberativo para que se possa estabelecer metas, esclarecer algumas situações, ouvir críticas e sugestões e responder a todos os questionamentos que lhe forem feitos formalmente de maneira clara e objetiva.

2. PROFISSIONALISMO:

2.1 Encerrar a continuidade dada ao conhecido “cabide de empregos”, substituindo os funcionários que adentraram/permaneceram no clube por questões pessoais por contratações com critérios técnicos e objetivos.
2.2 Criar um ambiente profissional, onde cada um ocupa o seu espaço devido, sem amigos no camarote e sem jurídico na preleção.

3. PROATIVIDADE:

Nossa lenta e inexpressiva reatividade nos impede de antecipar prováveis e possíveis problemas que virão a ocorrer. Não temos qualquer planejamento ou visão de longo, médio, nem mesmo curto prazo. Esperamos as coisas acontecerem para depois tentar dar uma resposta à torcida ou esperar que as pessoas esqueçam. Precisamos traçar nosso caminho, ao invés de esperar um pronto pra avaliar ajustes na rota.

4. HUMILDADE:

É preciso reconhecer que o modelo de gestão adotado até o momento não vem funcionando, e que a vaidade o impediu de aceitar e pedir ajudas e opiniões, quando eram necessárias. Já ficou comprovado que a atual gestão não é autossuficiente e que do jeito que está não teremos bons resultados. Que o bem do Esporte Clube Vitória esteja acima de política, orgulho e amizades.

Caso esta reviravolta não seja possível, cabe ao senhor ter a consciência de que o bem do clube e de seus milhões de torcedores é mais importante do que a sua vaidade e metas pessoais, e que a renúncia é uma atitude nobre de desprendimento e altruísmo.

Atenciosamente,

1.Bárbara Tereza Chagas Ribeiro
2.Cesar Chammas Dáu
3.Erika Maria Ribeiro Souza
4.Juliana Santos Malhado Silva
5.Liana Chagas Ribeiro Leite
6.Lílian Silva Garrido
7. Lucas Ladeira Reis
8. Rick Da Silva Andrade Santos
9.Rogerio De Sousa Pereira
10.Thais De Barros Silvany De Andrade
11.Vitor De Castro Veiga
12.Walter Augusto Chagas Ribeiro Leite
13.Lucas Pastori Almeida
14.Tiago Jerran Ferreira Dos Santos
15.Tiago Ferreira Bittencourt
16.Andrei Mendonça Fucs
17.Michel Angelo Almeida De Lima
18.Alan Iverson Da Cruz Oliveira
19.Thiago Matos De Souza
20.José Armando Fraga Diniz Guerra
21.Maria Da Paixão Murici Ferreira
22.Renê Silva Góes
23. Rafael Lucas Costa Lima Oliveira
24. Márcio Bruno Bulhões De Andrade
25.Marcelo Reis De Jesus
26.Rodrigo C Magalhães
27.Rafael Bandeira Moreira
28.Cláudio Santos Barbosa
29.Ticiano Oliveira De Carvalho
30.Francisco Alberto Dias Vieira
31.João Malhado Silva
32.Fernando Vinícius Cerqueira Dos Santos
33.Anderson Pedreira Nunes
34.George Oliver Jezler De Matos
35.Francisco La Torre
36.Diego Brito Medrado
37.Magnaldo Santos Barbosa
38.Vinicius De Santana Santos
39.Agnaldo Sotero
40.Francisco José Andrade Do Nascimento
41.Fernando Tolentino De Sousa Vieira
42.André Luis Mendes De Freitas
43.Raimundo Ribeiro Rodrigues
44.André Luiz Bohana Ferreira
45.Vinicius Viana Dos Santos
46.Rodolfo Mendonça Macedo
47.David Abenhaim
48.Caio Luiz Oliveira E Leiro
49.Simão Oliveira De Carvalho
50.André Luiz Bohana Ferreira Junior
51.Lucas Lima Santos
52.Alexandre Marinho Sampaio
53.Alisson Santos Barbosa
54.Hugo Mattos De Carvalho
55.Icaro Argolo Ferreira
56.Rafael Ventin Da Silva
57.Tiago Santana Campello Ribeiro
58.Cid Jorge Freitas Lima
59.Fabio Monteiro Dos Santos
60.Márcio Silva Vieira
61.Getúlio Almeida De Santana
62.Edson Santana
63.João Vitor Caldeira Ferreira
64.Wendel Barreto Xavier
65.Delsuc Gomes Souza Júnior
66.Rodrigo Souza Mascarenhas
67.Ricardo Santos Pereira
68 Laerte Rosa Ferreira
69.Almir Rodrigues Da Silva
70.Kleber Guimarães Dos Santos
71.Cléber Santos Barbosa
72.Kaique da Silva Andrade Santos
73.Adson Silva Marques
74.Ricardo Manoel Jacinto Júnior
75.Thiago Ribeiro De Matos
76.Cristiano Fernandes Magalhães
77.Carlos Antônio Amorim De Oliveira
78.Felipe Carvalho De Freitas
79.Osmar Leonardo De Queiroz
80.Paulo Roberto Alves Fraga
81.Robert Luís Costa Santos
82.Gabriel Dantas Dos Santos
83.Filipe De Sena Souza
84.Carlos Silva De Jesus
85.Thales José Costa De Almeida
86.Fabio Lima Pinto
87.Carlos Eduardo Da Silva Assis
88.Leonardo Borges Da Silva
89.Rodrigo Almeida De Matos
90.Jorge Augusto Serra De Souza
91.João Victor Da Fonseca Galvão Dos Santos
92.Manoel Da Silva Novaes
93.Leonardo De Oliveira Figueiredo
94.Cristiano Fernandes De Oliveira
95.Valmiro Pereira Da Silva
96.Jorge Gama Garcia

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Autor(a)

Redação Futebol Baiano

Contato: futebolbahiano2007@gmail.com



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