A Federação Espanhola de Futebol (RFEF) pegou todo mundo de surpresa e em medida arriscas, através do presidente Luis Rubiales, anunciou a demissão do técnico da seleção do país, Julen Lopetegui, nesta quarta-feira (13), apenas dois dias da estreia na Copa do Mundo da Rússia, contra Portugal.
“Nós nos vimos obrigados a prescindir do técnico nacional”, declarou o dirigente em entrevista coletiva concedida na concentração da campeã mundial de 2010, na cidade russa de Krasnodar.
A decisão de Rubiales foi tomada um dia depois de Lopetegui ter sido anunciado como treinador do Real Madrid para a próxima temporada, substituindo Zinedine Zidane, que pediu demissão após ter conquistado o título da Liga dos Campeões pela terceira vez seguida.
“Agradecemos a Julen tudo que fez porque é um dos grandes responsáveis por estarmos na Rússia, mas nos vimos obrigados a prescindir do selecionador nacional. Tem que haver uma mensagem clara para todos os trabalhadores da federação de que há algumas formas de agir que devem ser cumpridas”, argumentou o dirigente.
Passaram-se apenas 20 horas a partir do anúncio do Real da contratação de Lopetegui, que tinha contrato com a federação até julho de 2020, até a coletiva concedida por Rubiales.
“Fomos obrigados a tomar uma decisão. É um dia muito complicado. Não me sinto traído. Sempre disse que o melhor para levar a seleção é Lopetegui. O seu trabalho foi impecável, mas as maneiras também são importantes”, justificou o dirigente, que na coletiva não teve a companhia do agora ex-treinador de ‘La Roja’, mas apenas de Hierro, até então apenas diretor esportivo da federação nacional.
Rubiales revelou ter sido informado da contratação de Lopetegui pelo Real apenas cinco minutos antes do anúncio oficial por parte do clube madrilenho e que por isso teve de abrir mão de participar da votação para a sede da Copa de 2026, que ocorreu em Moscou, para voltar a Krasnodar.
“Eu entendo que o Real Madrid busque um treinador e busque o melhor. Não quero opinar de como as coisas devem ser feitas por eles, mas o que aconteceu é que recebi duas ligações e fui informado cinco minutos antes de se tornar público. Tomei um avião e faltei à nossa obrigação de votar a sede do próximo Mundial, porque este tema é mais importante para todos os espanhóis que amamos o futebol”, relatou o presidente da RFEF, que foi evasivo ao falar sobre a opinião dos jogadores a respeito da crise.