Esse perfil traçado no Esporte Clube Vitória está na maioria dos conselhos dos clubes brasileiros, inclusive do Bahia. O problema não é a ideologia política de quem quer que seja, é de incompetência mesmo. Afinal, não consta que o “Porretinha”, que torrou os recursos do clube, com contratações desastradas, sob aplausos da torcida e dos “cronistas desportivos da Bahia” (para não utilizar outro termo), é que resultaram neste desastre.
Para dizer a verdade, já há alguns anos o time vem sendo mal gerido, gastou o dinheiro do Esporte Interativo, da negociação de atletas da base por preços irrisórios, e trazendo sempre as mesmas figurinhas carimbadas: Victor Ramos, Kanívis, Ramon e outros tantos, que saíam como ruins, e retornavam como solução de todos os problemas.
O que temos aí é um outro fenômeno, é a disputa dos grupos políticos internos (e não me refiro a política partidária) e de egos. Muitas vezes colocando os interesses do clube em segundo plano. É a velha luta pelo poder a qualquer custo.
É o momento para que as pessoas mais sensatas peguem as rédeas da situação e conduzam o Vitória em meio a isso tudo. Nesse instante, a energia dos incendiários devem ser guiadas para promover a destruição apenas do que realmente não presta, e os bombeiros devem manter o restante à salvo.
Há uma tradição de empurrar o que não presta para debaixo do tapete, e também trazer de volta alguns dirigentes que saíram com a pecha de ruins, retornando também como salvadores da pátria. Muitas vezes, é na crise, que as mudanças mais relevantes, encontram energia para serem implementadas.
Não estou dizendo que os dissidentes estão certos, tampouco, que estão errados, pois desconheço os meandros do poder do Vitória, pouco conheço dos do Bahia (risos), imagine os de um time rival? Mas não é preciso ser muito perspicaz para perceber que há uma autêntica luta de foice no escuro. O cheiro de sangue aguça os contendores, e todos são atingidos, uma vez que na guerra, nada fica incólume.
O atual presidente do Bahia foi eleito sem contestação, pois o grupo que dirige o clube indicou ele, após uma boa administração de Marcelo Sant’Ana, e a oposição não foi capaz de demonstrar força e projeto para vencer as eleições. Quanto à saída de Marcelo, acredito que fazia parte dos projetos dele, aquela coisa de ir para o Atlético-PR, ou para outro cargo, já que a sua atuação projetou o seu nome nacionalmente. Mas isso são achismos de minha parte. Seria necessário perguntar para o próprio.
Mas acho que a pergunta sobre a não reeleição de Marcelo Sant’Ana, na verdade, quer demonstrar que há ingerência política no Bahia. Mas aí é que está, sempre houve. Até em eleição de diretórios acadêmicos de universidades, ou mesmo associações de bairros há ingerência política. O que não se admite é que os interesses da instituição fiquem à reboque dos interesses político-partidários, desviando o foco do clube. E isso não se deu no tricolor.