Após título, Guto desabafa: “As pessoas não queriam ter paciência”

Já era esperado o desabafado, afinal, o técnico Guto Ferreira engoliu seco todo esse tempo as críticas, contestações e protestos da torcida do Bahia, que à cada derrota não exitou em cantar em alto e bom som “Adeus, Gutô!”. Mas neste domingo, após a conquista do título baiano dentro do Barradão, Gordiola usou os microfones para rebater e alfinetar diante dos questionamentos que sofreu e explicou que o desempenho abaixo do esperado de sua equipe no início de temporada é algo normal.

– Antes de criticar, as pessoas precisam se embasar sobre o treinamento esportivo. Esse déficit de desempenho tinha explicação, mas as pessoas não queriam compreender, ter paciência. A gente foi dando tempo, o grupo foi assentando e, no final, está aí. Isso [vaias e cobranças] aconteceu em 2016, 2017, e vai acontecer de novo. Porque, antes de criticar, as pessoas precisam se embasar sobre o treinamento esportivo, acreditar mais nos que estão conseguindo resultado. Para mim, é muito tranquilo. Se, em algum momento, acontecesse a cisão do trabalho, com certeza, a gente ficaria chateado, mas são escolhas. Assim como eu, outras pessoas têm que tomar decisões. Eu também. Tem que ter convicção. Isso nos trouxe até aqui para levantar o título, afirmou à rádio Metrópole.




O treinador também falou sobre o lamentável acontecimento na chegada da delegação do Bahia ao Barradão, quando teve o ônibus apedrejado por torcedores do Vitória. Para Guto, o torcedor precisa entender que ninguém é mais homem que ninguém e crescer na mentalidade.

– A gente precisa crescer na mentalidade. Tenho visto coisas, em termos de mundo… O futebol não pode ir para essa direção. O torcedor precisa entender que isso é esporte. E que ninguém é mais homem que ninguém. E não é tentando intimidar que vai conseguir vencer. É trabalhar buscando melhorias de condições técnicas, táticas e físicas. Estruturando, dando condição, consertando quando você erra. É buscando não errar que o futebol vai crescer como um todo. É muito simples jogar a culpa no torcedor. O torcedor foi movido por algo. Só coloco a situação como reflexão. Não estou insinuando nada. O futebol é um exemplo para sociedade. Isso que sofremos aqui hoje, o que aconteceu há dois Ba-Vi’s, não são exemplos para a sociedade – disse.

Com o seu segundo título conquistado no Fazendão (Em 2017, foi campeão da Copa do Nordeste), Guto apontou o crescimento que a equipe teve na reta final da competição estadual e rasgou elogios para o volante Elton, autor do gol do título.

“Eu não quero me vangloriar pela situação. Se você analisar, a gente tem conseguido objetivos importantes. Isso é o final. Falei várias vezes que o importante não é como começa, e sim como termina. Terminamos campeões. E não foi só esse. Ele marcou gols importantes e esse foi mais um. Ele cria, marca e chega”, explicou.

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Autor(a)

Fellipe Amaral

Administrador e colunista do site Futebol Bahiano. Contato: futebolbahiano2007@gmail.com

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