Rebaixamento do Vitória: Pesaram as questões políticas e econômicas!

"Pode ser facilmente percebido nas suas flagrantes incoerências"

Texto: Ramon Santos

O próprio estudante de direito, no início do seu comentário, ( Veja aqui) diz ser torcedor do Vitória, e ter desejar se especializar em direito desportivo. Acredito que este seja o perfil de todos os auditores ali presentes. São pessoas que gostam de esporte, logo, tem preferência clubística,e ainda por conseguinte, se este fosse o critério para impedimento, paradoxalmente o pleno ficaria vazio.

O fato de uma determinada pessoa ter uma preferência clubística, não quer dizer que ela não tem ética, e vai trabalhar movido somente pela paixão. Entendo que seria necessário somar à paixão a falta de caráter e profissionalismo.

Esta foi a tônica de pessoas ligadas ao Vitória, à todo momento alegar que todos os que contrariavam os seus interesses, eram torcedores do Bahia, invariavelmente desprovidos de preceitos morais e éticos.

Em lugar de agregar provas às suas teses, atacavam as pessoas envolvidas. Como exemplos tivemos a produção de prova pericial em forma de leitura labial, se o que foi dito, era algo destoava do alegado, o que impediu de contratar peritos para emitir laudo que contrapusesse o apresentado pelo Bahia?

Quanto ao fato de Fernandão ter sido punido na Turquia, país de maioria muçulmana, por comemorar um gol com a Dança do Créu, há de se colocar o contexto cultural. Estamos na Bahia, e aquela dança não é considerado um gesto obsceno, caso fosse, em todos os jogos em que o atacante fez gols, seria expulso, além dele ser um louco, que faria gestos obscenos para a sua própria torcida a cada vez que com ela comemorou os seus gols marcados.

As palavras escritas em rede social, em site de torcedores do Bahia, pinçadas de seu contexto, não são em si, justificativas para as agressões físicas. Contudo, houve um auditor que no julgamento anterior, pediu absolvição de Kanu e pena máxima para Vinícius. Qual o embasamento para isso? Em qual regulamento desportivo é tolerada agressão física?

Mas os atos de agressão não tem vinculação única pelo pedido de apenamento do Vitória, e sim a interrupção prematura e premeditada do jogo, em total desrespeito aos torcedores presentes e aos princípios da desportividade. É isso que enseja o pedido de pena, além da pecuniária já aplicada no primeiro julgamento e mantida no segundo.

Não acredito em rebaixamento do Vitória, pois as questões políticas e econômicas pesam nesse tipo de julgamento, muito mais que as técnicas, como pode ser facilmente percebido nas suas flagrantes incoerências. Mas seguir nessa ladainha onde se foge ao julgamento do mérito para se condenar as pessoas dos julgadores, é algo inadmissível, incivilizado e irresponsável.

Esse assunto já nasce morto, pois não será na justiça desportiva que devemos encontrar seriedade neste país carente de tudo. O que cobro é seriedade dos líderes das turbas, que deveriam ser ao menos responsáveis pelos próprios atos, não defenderem a violência como resposta aos atos alheios, nem atacar pessoas em lugar de ofender as suas teses.
S.T.

Ramon Santos, torcedor do Bahia, amigo e colaborador do Futebol Bahiano.

Autor(a)

Redação Futebol Bahiano

Contato: futebolbahiano2007@gmail.com

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