Responsável pelo lance que culminou com a derrota e consequentemente o rebaixamento da Ponte Preta, na penúltima rodada do Campeonato Brasileiro, após “introduzir o dedo médio nas nádegas de Tréllez”, sendo mais claro, aplicou uma dedada na “retaguarda” colombiano, o zagueiro Rodrigo falou pela primeira vez de forma clara sobre o assunto, em entrevista ao Globoesporte.
O jogador disse não ter assistido o lance e se recusa a ver o gesto que custou a expulsão e atrapalhou os planos da Macaca, hoje na série B. Ele desabafou, diz ter vergonha de sair na rua, revelou ainda ter sido provocado pelo colombiano durante o jogo, mas não sabe explicar o motivo pelo qual fez aquilo.
“Foi o pior momento da minha carreira, sem dúvida nenhuma. Minha vida no dia a dia está difícil. Eu saio na rua e sinto vergonha do que fiz. Antes disso, ele já estava me provocando, pisando no meu pé. Eu provoquei muitos jogadores e por fim fui provocado. Acabei caindo na provocação e fui expulso. Não sei nem te falar porque fiz aquilo. Não estou me defendendo. Mas se for colocar trinta e poucos jogos nas minhas costas… Um erro seu pode ser fatal em qualquer momento. Eu não assisti ao lance de novo. Uma vez sequer. Eu provoquei muitos jogadores e por fim fui provocado, acabei me prejudicando, prejudicando a equipe em um momento delicado. Não sei nem te falar porque fiz aquilo. É a primeira vez que estou falando disso. Nunca comentei com amigo, nem com esposa. Estou até emocionado. Foram dois meses muito complicados, guardando tudo isso. O que mais me doeu foi a responsabilidade em cima de mim, o peso de um rebaixamento todo. Um clube não é apenas um jogador. Ainda está difícil para mim”, revelou.
Rodrigo abriu o jogo e revelou detalhes dos bastidores após a expulsão, criticou o planejamento da Ponte Preta e também a postura da diretoria durante as negociações para rescindir. Como tem valores a receber do clube, o atleta deixou claro que vai entrar na Justiça em busca dos seus direitos. Apesar de ter saído em baixa da Macaca, o atleta pretende continuar jogando justamente para apagar a última impressão deixada.
“É muita gente se escondendo atrás das minhas costas, do que realmente aconteceu. Muita gente que estava na antiga administração e continua trabalhando lá. Eu não queria que isso tivesse acontecido, peço desculpas do fundo do meu coração. Não queria entrar na Justiça, a Ponte não tem nada a ver com as pessoas que administram o clube. A partir do momento que falaram que não teria acordo, vou atrás dos meus direitos na Justiça. É legal até um certo momento. Quando todo mundo começa a imaginar que o Rodrigo de campo é o mesmo fora dele, acho que não fica legal. Na hora que dá errado, você para e pensa que não vai fazer mais. Hoje morreu esse Rodrigo, de provocar, dar entrevista provocando o adversário. Não vou mais. Foi a gota d´água em termos de conduta assim. Não quero terminar minha carreira desse jeito”, disse.