Foi-se o tempo que o torcedor do Bahia sofria com escassez de jogadores. Acabava a temporada e junto com ela acabava o time. Todo mundo vazava, valorizado ou não, para os seus respectivos clubes, e daí a diretoria começava do ZERO, correndo contra o tempo para montar um novo time e reformular praticamente todo o elenco, contratando à atacado. Isso não nos pertence mais.
Agora, jogador que dorme no Bahia, acorda no Bahia, passou a ser ativo do clube e a gerar lucro. Ao contrário do passado, quando o Bahia contratava em definitivo apenas jogadores “derrubados” ou em fim de carreira, exemplo de Zé Roberto, Souza “Caveirão”, Claudio Pitbull, Mancini, Ricardinho, Carlos Alberto, e por aí vai. Atletas com alto salário e baixo rendimento.
O atual presidente Guilherme Bellintani pode ter algumas filosofias diferentes do antecessor, Marcelo Sant’Ana, porém, em um ponto ambos pensam iguais, que é ter a maioria dos jogadores do elenco com vinculação de longo prazo ou com contrato definitivo com o clube, reduzindo assim a quantidade de atletas emprestados, não correndo risco de sofrer com inúmeras perdas importantes como presenciamos em anos anteriores.
Esse sofrimento tem acabado. O Bahia deixou de depender do empréstimo de jogadores oriundos de outros clubes. Na gestão de Marcelo Sant’Ana, por exemplo, foram adquiridos em definitivo os zagueiros Jackson (Inter) e Tiago (Atlético-MG), o meia Zé Rafael (Coritiba) e o atacante Edigar Junio (Atlético-PR), todos com contratos longos. E os que vieram por empréstimo, tinham valores fixados no contrato.
Com Bellintani, a situação parece caminhar de forma ainda mais confortável. Dos 8 reforços já contratados para a temporada 2018, 6 chegam com contrato em definitivo com o clube e apenas dois por empréstimo. Ou seja, podemos afirmar que o Bahia deixou de ser um clube para servir de vitrine ou “barriga de aluguel”, algo que vem sendo mudado desde a última gestão.
Os que chegam com contrato mais longo são o meia Élber, o lateral Mena e goleiro Douglas, enquanto Nílton, Elton e Nino Paraíba chegam com vínculo de um ano. No entanto, apesar do contrato inicialmente curto, possuem uma cláusula de renovação automática caso alcance um determinado número de partidas pelo Bahia este ano.
O volante Edson, por sua vez, renovou por um ano, porém, como tem contrato com o Fluminense até agosto deste ano, deve assinar em definitivo com o Esquadrão antes do final do ano. Ou seja, o Bahia deve ter em 2018 um time COMPLETAMENTE SEU, sem nenhum emprestado entre os titulares. Provável escalação: Douglas, Nino, Tiago, Lucas Fonseca e Mena; Edson, Nílton, Zé Rafael, Régis e Élber; Edigar Junio, diga-se, algo raro na história recente do time.
Contratações 2018:
Em definitivo: Douglas (3 anos), Nino Paraíba (1 ano, opção de mais um), Eugenio Mena (2 anos, opção de mais um), Nílton (1 ano, opção de mais um), Elton (1 ano, opção de mais um) e Élber (3 anos)
Por empréstimo: João Pedro e Léo Pelé (ambos um ano)