“As portas sempre estão abertas, no Vitória, no Bahia…”, diz Victor Ramos

"No próprio Bahia, não tenho nada contra o clube, deixar bem claro..."

A declaração do zagueiro Victor Ramos após visitar a Toca do Leão na última semana repercutiu nas redes sociais, porém, de forma negativa. O jogador revelou que negociava seu retorno do Vitória, mas não imaginava que sua possível volta fosse deixar a torcida rubro-negra na bronca. Chegaram a criar até uma hashtag #VictorRamosNão que liderou os assuntos mais falados na mídia esportiva da Bahia.

Depois da repercussão, Victor Ramos não voltou mais a conversar com a diretoria do Vitória e tem como nula a possibilidade de voltar ao clube neste momento. O próprio clube confirmou que não negociava mais com o atleta e mudou o foco para o zagueiro Wallison Maia, do Coritiba. Esta seria a quarta passagem de Victor Ramos pelo Leão. O defensor de 28 anos foi tricampeão baiano – 2009, 2013 e 2016.

Após a “polêmica” envolvendo seu nome, Victor Ramos concedeu entrevista ao Globoesporte e abriu o jogo. Afirmou que jamais procurou o Vitória e sim o clube rubro-negro que o procurou. Revelou também que depois do dia que visitou o CT, não teve contato com a diretoria, porém, não guarda mágoa. Sobre a possibilidade de um dia retornar ao Leão, num futuro próximo, o jogador foi enfático. “As portas estão abertas no Vitória, no Bahia, em vários clubes”.

“Eu fui procurado pelo Vitória, saíram algumas matérias dizendo que o torcedor não quer a minha volta, mas quero deixar bem claro que eu não procurei o Vitória em momento algum. O Vitória me procurou, perguntou como estava minha situação. Passei como estava meu salário, parte de premiação, e as coisas estavam caminhando. Mas não procurei o Vitória em momento algum, tenho muito carinho pelo Vagner Mancini, um dos melhores treinadores, trabalhamos juntos em vários lugares. E a diretoria do Vitória me procurou, me ligou, ligou para o meu empresário e eles me autorizaram a ir para o Barradão”

“As portas estão abertas no Vitória, no Bahia, em vários clubes. Não fechei portas em lugar nenhum. Joguei no Palmeiras. As portas estão abertas em todo lugar. Graças a Deus não fecho porta nenhuma por onde passo. Joguei no Vasco, na Chapecoense, no Palmeiras, onde a torcida tem carinho muito grande por mim. No próprio Bahia, não tenho nada contra o clube, deixar bem claro. Não guardo mágoa do Vitória. Tenho carinho, foi o clube que me lançou. Não posso ser ingrato”, afirmou.

Veja outros trechos da entrevista:

Como surgiu a possibilidade de você retornar ao Vitória?

Victor Ramos: Quero deixar bem claro que a diretoria do Vitória me ligou para ir no Barradão. Fui para conversar, mas não teve nada demais. Aproveitei para ver os companheiros, os funcionários que eu tenho muito carinho. E deixar bem claro que eu com o Vitória tenho muita gratidão pelo clube mas, graças a Deus, o Vitória não depende de mim e eu não dependo do Vitória. Graças a Deus a minha vida está muito bem resolvida.

Então você foi à Toca do Leão para negociar o retorno ao Vitória?

– A diretoria ligou para mim e para o meu empresário. Eu não queria ir ao Barradão. Nunca fui ao Barradão para não associarem uma coisa com a hora. Quem está de fora acha que eu estou forçando a barra. E não é isso. Não me ofereci ao Vitória em momento algum. O Vitória que foi atrás de mim. Tenho algumas sondagens, uma para fora do Brasil, mas o valor não foi legal e eu rejeitei.

No Brasil também tenho alguma especulação como teve no Vitória, mas o Vitória estava com salário bom e, por eu estar em Salvador, com a minha família, a gente estava tendo uma conversa tranquila. Não foi o Victor Ramos quem procurou o Vitória. Tenho gratidão pelo clube? Tenho. Foi o clube que me colocou no cenário do futebol nacional e internacional, me lançou. Quero deixar bem claro que eu não dependo do Vitória e o Vitória não depende de mim.

Qual era a situação da negociação até a sua ida à Toca? Vocês caminhavam para um acordo?

– Estava normal, conversando. Perguntaram como estava meu salário, eu disse que era x, aí acharam um pouco alto e nós estávamos negociando em valores. A diretoria estava conversando com meu empresário. Daí rolaram várias situações que não vêm ao caso. É vida que segue, cada um que segue a sua vida. Graças a Deus a minha vida está bem resolvida.

O Vitória te procurou depois da sua ida à Toca do Leão na segunda-feira?

– Não, ninguém me procurou, não falou nada. Mas estou tranquilo, sei de meu potencial. Não estou aqui guardando mágoa do clube, nem de ninguém. Torcedor é normal. Achei estranho o zum zum zum de internet porque eu, Victor Ramos, sempre que estive no Vitória dei o meu máximo. É só pegar as estatísticas. Quem tem internet, pegue as estatísticas de Victor Ramos no Vitória que vocês vão ver.

Todas as minhas passagens pelo Vitória, 2016, 2015, quando peguei o Vitória na Série B e vim da Bélgica, subimos o Vitória, terminamos em quinto lugar. Eu acho muito difícil, com todo respeito ao clube, que termine em quinto lugar. Vai demorar muito tempo. O ano passado, em 2016, fui o melhor em campo na final, fiz 38 jogos. Alguma minoria da torcida do Vitória esquece isso.

Acha que a repercussão negativa do seu retorno nas redes sociais afetou a decisão da diretoria do Vitória?

– Não sei, não vem ao caso. Não procurei a diretoria em nenhum momento algum. Quem me procurou foi a diretoria do Vitória. Eu vim para Salvador para resolver coisas pessoais. Minha família é daqui, tenho negócios aqui. E quando associa Victor Ramos a Salvador é Vitória? Não tem nada a ver com o Vitória.Tenho carinho pelo clube, mas não devo nada ao Vitória, e o Vitória não me deve nada. Vida que segue.

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Autor(a)

Fellipe Amaral

Administrador e colunista do site Futebol Bahiano. Contato: futebolbahiano2007@gmail.com

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