O rebaixamento de clubes nordestinos, casos de Santa Cruz e Náutico que desceram para Série C neste sábado, nos deixa cada dia mais fracos perante o futebol do Sul do Brasil. Vejo por exemplo que o América Mineiro tem uma ajuda muito forte da Federação Mineira e do Atlético-MG e Cruzeiro no sentido de estabilizar-se como a terceira força mineira no cenário nacional, enquanto os clubes do nordeste não se ajudam.
Muito pelo contrário, eles preferem ver seus adversários locais serem massacrados pelos visitantes. Precisamos rever a nossa linha de raciocínio e entender que quanto mais equipes nordestinas tivermos dentro da elite do futebol brasileiro, mais força teremos para equilibrar este desnível técnico e de poder. Precisamos reinventar o futebol do nordeste. O Sport-PE se achou o todo poderoso e abandonou a Copa do Nordeste. E agora?
Se for confirmada a queda para a Série B, o Sport vai viver de que? Será que terá receita suficiente para manter Diego Souza, Richely, André e outros tão importantes como estes? Como vai ficar? Quais campeonatos darão retorno financeiro suficiente? O Brasileiro da Série B é deficitária, o Campeonato Estadual também. Existe a necessidade de colocarmos os pés no chão e ver que se não tivermos organização e unidade seremos sempre engolidos pelo maior poder financeiro dos clubes do Sul.
Aqui no nordeste não temos patrocinadores máster, nosso principal patrocinador é um órgão do governo federal que nos coloca numa segunda linha de investimento, recebemos menos que as equipes do Sul. Não temos um só investidor que pague os contratos de dois ou três jogadores. Então não podemos nos desprezar como fazemos, pensem com solidez e criem uma forma de fortalecer o futebol do nordeste.
Juscelino Santiago Dos Santos, torcedor do Bahia e amigo do Futebol Bahiano.