#ÉcoisaDePreto... ou de Nordestino!

#ÉcoisaDePreto… ou de Nordestino!

#RespeiteONordeste

A frase de William Waack sobre os negros merece uma reflexão sobre o preconceito.

Quando vi a indignação de Renê Junior, no Bavi em que ganhamos de 2×1, por ter sido chamado de MACACO em plena Fonte Nova, pensei que era hora da gente parar pra refletir. Acompanhei muitos rubro-negros nas redes sociais indignados também. Porém, parte deles diziam coisas como “será mesmo que Trellez disse isso?” ou ainda “que culpa o time tem se o cara falou isso?”. Esperei a resposta do Vitória e ela veio em forma de fuga. Fugiram correndo do estádio, de forma ridícula, e depois postaram um vídeo, patético, onde o jogador assume que xingou, mas se defende dizendo que não era racista e, subentendido, não chamou Renê de MACACO, mas… se ele se sentiu ofendido, pedia desculpas. Ou seja, além de ficar claro que xingou o cara em campo, ainda chamou o volante de mentiroso, pois negou a injúria racial.

Alguns ainda tentaram comparar a atitude do atleta com a falta de “fair play” do Bahia que não retribuiu o lateral cedido (#ManciniFail). Ou ainda com a atitude idiota de Lucas Fonseca falando que Kanu tinha bafo. Mas Lucas mostrou, naquele mesmo jogo, que era um provocador ao chamar André Lima de barrigudo.

Segundo tempo

Porém, a besta do preconceito é algo ainda maior no Brasil. E ela vem muitas vezes disfarçada de bairrismo. O próprio Mancini teve uma atitude épica ao confrontar um jornalista corintiano na entrevista que deu, ao vencer o “Timão”, em São Paulo, acabando com a invencibilidade deles no Campeonato Brasileiro: “o Brasil é muito grande”.

Depois vieram as tradicionais afrontas e falta de respeito aos outros clubes, fora do Eixo Rio-SP. Em um programa de esportes, se debatia as possibilidades dos times de alcançar a Libertadores. O São Paulo com 43 pontos tinha chances, mas o Bahia, com apenas 42, lutava pra fugir da zona de rebaixamento. Como muito bem observou o jornalista Bruno Reis, no twitter: gol de Mancini. Eles chegaram a pular o Bahia, que era 10º para falar das chances do 11º e 12º de chegar a Libertadores.

Veio o jogo entre o Vitória e o Palmeiras e o presidente rubro-negro falou em “atropelar o adversário”. Virou piada nacional e o jornalista Anderson Matos, daqui da Bahia, tentou explicar, num programa nacional da Fox Sports, que a frase saiu do “calor do vestiário” após o empate contra o Vasco. Bem, o Palmeiras foi atropelado por 3×1. Claro,  corri para ouvir o que eles tinham a dizer e… nada. os caras só falaram do Palmeiras, dos problemas do “verdão”, das perspectivas do time paulista para 2018, da crise com o técnico (que voltou a ser) interino, se deve ou não vir outro técnico, das falhas individuais… revoltante.

Em outra matéria absurda da Folha de SP vimos: “Palmeiras cede 3 gols no primeiro tempo e perde para o Vitória”. Pelo twitter veio a genial resposta do rival: @ecvitoria: Vamos ceder para vocês aquela frase de Mancini quando vencemos o Corinthians: “O Brasil é muito grande”. #RespeiteONordeste

Prorrogação

E assim caminhamos, no final de 2017, ao lado de pessoas preconceituosas em todos os sentidos. Com uma imprensa nacional que acha que Brasil = RJ+SP contra os outros estados e uma banda podre da crônica baiana que segue desqualificando os clubes locais, colocando torcedores contra dirigentes, apenas porque eles cortaram jabás e regalias. Como o presidente do Bahia, que era “estagiário” ou “verde” e hoje prefere atribuir ao apoio da Torcida, os bons resultados em campo. Canalhas.

Em tempo, um abraço ao meu amigo Elton Serra, com quem discuti feio no meio do ano sobre as projeções para o Tricolor. Ele acreditava que o “Campeonato do Bahia” era com o Avaí, Ponte Preta que deveria focar em 45 pontos pra fugir do rebaixamento. E claro, eu dizia que era pensar pequeno demais, que pelo time que tínhamos, chegaríamos ao final brigando na página de cima da tabela. Estamos em 9º e ele já me liberou pra “sonhar com Libertadores”. 🙂

Pênaltis

A 33ª rodada terminou com o Vitória fora da Zona e o Bahia com 45 pontos, a frente do São Paulo, Fluminense e Atlético-MG, que devem lutar por Libertadores, né?

Em tempo, Trellez será julgado por injúria racial e pode pegar de 5 a 10 jogos, SE condenado.

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Autor(a)

Redação Futebol Baiano

Contato: futebolbahiano2007@gmail.com



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