O Clássico que eu vi
Ainda que tente escrever tudo, ou quase tudo, sobre o maior clássico do Norte e Nordeste, a missão não é das mais simples e exige muita observação, pois logo ao começar se apresentou uma nítida situação em quem apenas um time buscava o objetivo de triunfar: O Bahia!
O Bahia jogou um primeiro tempo de forma muito tranqüila faltando apenas uma maior objetividade no ataque, inclusive esse é um problema de muita repetição nesse Campeonato. O adversário entrou sem muita pretensão e apenas se deixava dominar esperando um lance fortuito para tentar uma jogada ofensiva, tal qual vem fazendo nas últimas partidas.
O jogo continuou morno com o tricolor dominando a posse da bola, mas sem muita inspiração nas jogadas de ataque, enquanto o adversário apenas se defendia e usava de uma tática de “bater” mais no adversário do que propriamente na bola. Andou dessa forma pendurando um monte de jogadores que eram amarelados pelo “juiz” sem que houvesse outra solução para combater o escancarado anti-jogo.
A coisa andava para um final de primeiro tempo meio sem sal e vibração quando um jogador vicentino acertou um chute dentro da grande área após uma falha do ataque do Bahia ensejando ao adversário um rápido contra-ataque, tendo a bola passado bem próximo do goleiro tricolor, beijando a rede pelo lado de fora.
A reação tricolor foi quase imediata com um bom lance no ataque tendo o Mendoza (um dos destaques do jogo) recebendo um bom passe do Zé Rafael, chutado forte da entrada da grande área proporcionando ao bom goleiro adversário uma defesa com um bom grau de dificuldade, espalmando a bola para a linha de fundo.
Final de primeiro tempo com o Bahia jogando melhor e com uma posse da bola na maior parte do tempo. Falar em “posse” de bola como parâmetro necessário para se ganhar um jogo, vejo que o que ganha jogo mesmo é o gol, seja em impedimento, de mão, no abafa, de bola parada, enfim, que a bola entre no gol adversário. Apenas e tão somente isso!
O início do segundo tempo foi marcado pelo primeiro gol do Bahia após uma jogada infeliz do beque adversário que ofereceu um passe milimétrico para o arisco Mendoza mandar a redonda pro fundo do gol adversário. Um lance que naquele momento premiava a atuação do jogador mas, que colocava um pouco de justiça premiando também o time que melhor se postava em campo.
Após o gol, o adversário dentro das suas atribuições “reagiu” (afffff – o futebol reativo) e tentou desesperadamente igualar o marcador sem muito sucesso. O jogo estava caminhando para o triunfo magro do Bahia quando o EXPERIENTE treinador cometeu equívocos (a meu ver) com substituições atrapalhadas.
Colocou um TERCEIRO defensor, com 20 minutos do segundo tempo tirando um atacante proporcionando ao time aterrense a facilidade de chegar com mais perigo na área Tricolor e, num desses lances repetidos numa bola parada com a defesa se “embananando” toda, se estabeleceu a igualdade no placar que caso terminasse assim,
se constituiria em grande prejuízo ao Bahia. Depois correu para consertar e colocou o Régis que mais uma vez conseguiu melhorar o meio de campo tricolor que já estava todo perdido.
Quanto ao jogador “culpado” pelo gol, eu prefiro evitar citar nomes e apenas credito o fato a uma falha coletiva. O que me causa espécie é que essas falhas coletivas tem se tornado constantes ao longo desse Brasileirão e a turma diz que vai trabalhar, que vai corrigir e…
Seguindo, após a maluquice do treinador tricolor, melhorou muito o time com a entrada do Régis que considero um excelente jogador quando utilizado no segundo tempo (sem nenhum desmerecimento) visto que sua condição física não o indica para começar jogando. A sorte do PCC é que era dia do Bahia ganhar o jogo e ganhou.
Assim, após o Bahia ter retomado as rédeas da partida com um meio de campo mais atuante e um ataque mais incisivo, conseguiu fazer o segundo gol na cobrança de um escanteio contando com a esperteza do Edigar Junio que, em que pese sua disposição para o jogo, andou meio displicente ao longo dos 90 minutos. Esse gol colocou justiça no placar que em tendo que haver um vencedor, esse sem dúvidas seria o Bahia.
Destaco ainda a atuação do Zé Rafael. Acredito que ele anda meio fora de sintonia com o grupo ao ver sua vibração nas jogadas. Às vezes parece disperso e lento ou em outras oportunidades parece com um delegado tentado driblar toda a defesa adversária e desperdiçando lances de forma infantil nos contra-ataques que o Bahia ensaia. Será que está com a cabeça em outro time no ano que vem?
Sobre o lance do tal racismo, vejo que talvez seja uma lance fruto de um momento de cabeça quente mas que o atleta tem que estar preparado e evitar essas atitudes lamentáveis. O Renê Junio deu um exemplo de dignidade e esportividade tendo respondido com uma tapa de luvas de pelica ao insulto do atabalhoado jogador vicentino.
Essas foram as minhas observações!
Agora aguardar mais uma rodada para começar a carimbar o visto de permanência na Série A em 2018. BBMP !!!
Paulo Fernando – Torcedor e amigo do BLOG