Li vários comentários sobre a necessidade de mudança no comando, da Federação Bahiana de Futebol. Há muito tempo já protestava, por esta oxigenação, quase solitariamente, a não ser com a companhia de determinados torcedores menos jovens, que abrilhantam a nossa leitura, no dia a dia, como por exemplo, salvo engano, Lourival e Dinensen.
Hoje, noto jovens tricolores, sem invalidar suas críticas, comprando esta ideia, mas, sejamos sinceros, com uma motivação particular e não pela defesa do futebol de nosso Estado. Motivação esta nascida, no caso Victor Ramos.
Na verdade, todos têm razão, pois, como já escrevia, o futebol baiano parou no tempo. A sua existência se credita exclusivamente aos dirigentes do Vitória e do Bahia e não da FBF. Surge, portanto, uma indagação, qual a causa de nossos dirigentes se curvarem ao Presidente Ednaldo? Pergunta esta agravada, com a incrível mudança de comportamento do presidente do Bahia, que, nos seus arrazoados, quando jornalista, era um feroz crítico ao referido dirigente e depois “esqueceu” de seus escritos.
Tudo nasce desta cultura ao paternalismo. As pessoas se sentem mais protegidas com um “padrinho político forte”. No caso do Vitória, esta dependência da FBF é menor, do que a do Bahia, pelo relacionamento mais próximo com a CBF, principalmente através de José Rocha e Alexi Portela, mas no caso do Bahia, não. Seu dirigente não tem passado de relacionamento com a Confederação e, salvo engano, é um crítico a ela. Este é o motivo, acredito, dele ter mudado de comportamento com Edinaldo Rodrigues
Também, sejamos honestos, ao criticarmos o Presidente da FBF, que tem uma administração fraca e ultrapassada, não podemos deixar de enxergar a sua habilidade política. O portal Terra divulgou no mês passado uma lista dos dez dirigentes mais influentes e poderosos do Brasil:
Marco Polo Del Nero: atual presidente da CBF
Eduardo Bandeira de Mello: presidente do Flamengo
Ednaldo Rodrigues: presidente da FBF
Reinaldo Bastos: presidente da Federação Paulista de Futebol
Rogério Caboclo: diretor de gestão da CBF
Gilvan Tavares: presidente do Cruzeiro e da Primeira Liga
Paulo Nobre: ex-presidente do Palmeiras
Marcus Vicente: deputado federal (PP-ES) e também vice da CBF
Fernando Sarney: um dos vices da CBF
Andrés Sanches: deputado federal (PT-SP), ex-presidente do Corinthians
Como o Marco Pólo, pode ser afastado, dizem que o Ednaldo é um forte candidato (o sul jamais deixaria) para sua sucessão, pelo (ressalvam) excelente relacionamento com todos os dirigentes de clubes e das federações.
Muitos estão criticando agora a FBF, por causa do estado do gramado do Estádio Eliel Martins e a dificuldade do Bahia atuar neste campo, mas a dificuldade do tricolor se debita antes de tudo no próprio clube, pois na época de Osório e Maracajá se atuava em campos, que subiam poeira, depois de cada chute e triunfava. A incompetência da FBF se tornou mais cristalina, no ano passado, pois o campeonato começou com os estádios de Feira e Conquista, em reforma, lançando ao chão os princípios básicos de um simplório planejamento.
O começo da mudança depende do Bahia e do Vitória, nas próximas eleições, lançando previamente um candidato forte, para convencimento dos dirigentes do interior. Infelizmente, pelo que vejo nestes dois clubes, Ednaldo vai caminhando desejando ser um novo Ramsés II tupiniquim e quem sabe, dando inclinações laterais, o prédio-sede se tornaria numa réplica da pirâmide de Quéops.
Atahualpa – Amigo, Vitória e colaborador do BLOG