O acesso do Vitória, a dúvida do Bahia e a imprensa baiana

Independente de onde nossos times terminarem a classificação dessa Série B, temos mais um ano comum da dupla BaVi, mais um ano medíocre. Basta olhar nossos resultados nos últimos anos, estar na primeira ou segunda divisão depende mais um encaixe aleatório do time do que ao planejamento. Porém, para a impressa, temos um sucesso e um fracasso, isso tudo antes da conclusão do certame.

Para tentar ser sucinto, não vou fazer uma analise dos resultados para demonstrar isso, vou resumir lembrando a desculpa de sempre para as campanhas ruins da Séria A: A diferença de orçamento entre a dupla e os times relevantes. Se fosse só isso, Botafogo, Vitória e Bahia teriam que sobrar toda vez que disputasse uma divisão inferior, e sabemos que não é assim que acontece.

No caso do Vitória, só o primeiro título nacional tornaria esse um ano vitorioso, ainda assim pelo ineditismo do acontecido (Talvez também por ter superado o Botafogo), não pelo resultado esportivo em si. Subir é menos do que a obrigação. No caso do Bahia, o advento das eleições diretas para presidente vai ser ofuscado caso o time não consiga o acesso, que também é uma obrigação para eles.

Mas ai você escuta ontem na rádio que a culpa do (possível) não acesso do Bahia é do presidente, adjetivado como “juvenil” por um radialista, “sem experiência” por outro. Essa mesma imprensa que prega modernização, planejamento, etc e etc. O Bahia teve o experiente Marcelo Guimarães pai, o Vasco tá lá com seu experiente Eurico, o resultados disso nós conhecemos. O atual presidente do rival (sim, sou torcedor do Vitória) nem teve tempo de trabalhar ainda, creditar a ele esse (possível) insucesso é duvidar da inteligência do torcedor.

Ouvindo os comentários sobre o Vitória, o presidente setentão, escolhido pela corja de sempre, soube “reformular o elenco”, sendo que, o que acontece na verdade é que a velha tática de juntar refugos dos times maiores deu certo. Sobre o jogo, mesmo tomando pressão de um time com um quarto do orçamento e com menos um jogador, o técnico “ganhou o jogo” quando “deixou de inventar” e tirou o inexperiente Rafaelson para a entrada de Elton, que “esperou Rayner se posicionar, utilizando de sua experiência”, para matar o jogo. Mais uma vez, a mesma impressa que prega a modernização, o planejamento. Rafaelson jogou bem, criou espaços, mesmo entrando nessa fogueira, mas errou um gol. Ai o técnico e a impressa já começam a queimar o garoto.

Esse comportamento da imprensa só contribui para que continuemos sendo pequenos, ajudando a criar um clima de instabilidade que torna impossível qualquer inovação nos nossos clubes. Essa é uma evidente tática sensacionalista e desesperada para tentar sobreviver nos tempos da internet. A impressa sabe se utilizar da decepção, da euforia dos torcedores e desses discursos sofistas para continuar viva. Essa imprensa tenta combater o erro sendo a causa.

Enfim, mais um ano se passou, exceto para o futebol baiano.

Victor Linhares – Torcedor do Vitória e amigo do BLOG 

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