Os desafios do novo diretor de mercado do Bahia

Sobriedade, pés no chão, e, principalmente, competências comprovadas. Dos números apresentados por Jorge Avancini, novo diretor de mercado do Bahia, o que mais me surpreendeu foi saber que do quadro de torcedores do Internacional, o número de sócios do Interior representa 55% do total. O restante está na capital e região metropolitana.


O Avancini disse que a Interiorização é algo que deve se buscar. Nesse quesito, esse será um grande paradigma a ser quebrado. Mas há uma explicação. A população Gaúcha é muito mais bairrista e apegada às suas raízes em relação às suas tradições e conceitos, em se comparando, atualmente, ao valor dado à cultura Baiana, por sua própria população. E esse conceito não se restringe à sua região. Haja vista os inúmeros CTGs (Centros de Tradições Gaúchas) espalhados por todo Brasil. Por aqui, atualmente “vivemos” o cultura do quê é bom tem que ser misturado. E em se misturando, e cada vez mais misturando, acaba-se criando o artificial, comercial, sazonal… Não se há problemas em inovar. O problema é quando toda a riqueza cultural Baiana seja escrita, contada, apresentada e difundida por Jorge Amado, Dorival Caymmi, Castro Alves, Gláuber Rocha, Tropicalistas, Novos baianos, e inúmeros demais letrados, é jogada completamente no lixo. Enfim, ainda nos resta as belezas naturais e a gastronomia. Ainda bem! Mas não se pode desvalorizar essas verdadeiras riquezas assim.

Mas voltando ao assunto futebol, o Baiano tem que realmente dar mais valor ao que é da terra. No Interior, aonde quer que você vá, a maioria das torcidas são para times do eixo Rio São Paulo. Existe a questão do amadorismo predominante na área, mas disso até Bahia e Vitória sofrem, o triste é ver que hoje mesmo antigos times da Capital que já foram por múltiplas vezes campeões, como Galícia, Ypiranga, Leônico e Botafogo-BA, praticamente sucumbiram no âmbito esportivo. No interior não é diferente. Aonde está o Fluminense de Feira?

Ainda comentando a entrevista, gostei sobre o que ele falou a respeito de que o atual desafio também não é buscar recursos diante de uma população com uma renda per capta teoricamente de menor poderio (isso foi um jornalista quem afirmou), mas o desafio estará, sim, em retirar o torcedor da Praia para uma partida de futebol às 16:00hs, em pleno calor do nordeste. Esse, é um grande desafio que vai além da paixão esportiva.


FERRO – Torcedor do Bahia e parceiro do BLOG

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